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A Hora de Dizer - por Mário Loff

o silêncio que os rodeava era, na verdade, o ressonância de suas próprias escolhas não feitas.

A Hora de Dizer

No interior do botequim da Nhonhozinha, o silêncio era denso, um silêncio profundo, quase palpável, que se espalhava como uma névoa adensada, envolvendo cada homem ali dentro em uma teia de solidão. Era como se o tempo tivesse parado, ou talvez tivesse sido cuidadosamente suspendido, como um cortinado invisível, amarrado nas correntes do medo e do arrependimento. As paredes de madeira do botequim, desgastadas pelo tempo e pelo uso, absorviam o som das conversas que um dia talvez tivesse existido ali, deixando apenas ressonâncias fracos e distantes. O espaço era pequeno, abafado, e as lâmpadas penduradas no teto — pequenas e amareladas — lutavam contra as sombras que pareciam nascer de cada canto, se estendendo como braços invisíveis que se entrelaçavam com as almas dos presentes.

A luz fraca projetava um halo difuso, insuficiente para dissipar a escuridão nos rostos dos homens, mas forte o suficiente para destacar os contornos de suas figuras cansadas. Os homens estavam lá, sentados como estatuas de uma sociedade que havia deixado de se importar. Cabeças baixas, olhos fixos no fundo de seus copos, tentando encontrar respostas que nunca vinham. Alguns, mais imersos em suas memórias do que na realidade, pareciam procurar por algo nas gotas de grogue que se deslizavam lentamente pelas bordas das suas taças, como se o líquido fosse capaz de devolver o tempo perdido. Outros, com o semblante marcado por rugas e cicatrizes, não mais jovens, mas não mais velhos, estavam apenas tentando sobreviver ao peso de um presente que já não fazia sentido.

Cada um ali estava perdido em seus próprios pensamentos, presos em correntes invisíveis que os impediam de falar, de se conectar, de tentar romper com o vazio que os envolvia. O ar, carregado de fumaça de cigarro e o cheiro doce e ácido do álcool, parecia espesso como um pano que se esticava entre eles, impedindo qualquer tentativa de expressão verdadeira. A conversa, se é que alguma se desenrolava, era abafada, quase sussurrada, como se as palavras se sentissem indesejadas, como se qualquer som que quebrasse o silêncio fosse uma violação da frágil paz que se mantinha ali, entre as sombras e as fugas.

Havia algo nos olhos de cada homem que refletia a resignação de quem já se acostumou a não esperar mais nada do mundo. As mãos, muitas vezes trêmulas, seguravam os copos como um ponto de apoio, um consolo pequeno diante da imensidão da dor interior. A bebida era tanto um refúgio quanto uma prisão, uma maneira de adiar os fantasmas que rondavam suas mentes. E enquanto o mundo lá fora seguia seu curso, o botequim da Nhonhozinha era uma cápsula do tempo, onde os homens se sentavam e se esqueciam de si mesmos, do que poderiam ser ou do que poderiam ter sido. Cada um ali era uma alma perdida, vagando em um mar de desesperança, sem perceber que o silêncio que os rodeava era, na verdade, o ressonância de suas próprias escolhas não feitas.

O lugar, que de alguma forma parecia um santuário de miséria, emanava uma aura de fatalismo, uma sensação de que o destino já havia sido traçado e ninguém ali tinha poder para alterá-lo. As sombras dançavam nas paredes com uma leveza quase cruel, como se zombassem da impotência de todos os que se encontravam ali. O vento do lado de fora, que de tempos em tempos soprava suavemente através das frestas das janelas, parecia ser a única coisa viva naquele espaço. E ele, como que cúmplice do silêncio, não trazia esperança; trazia apenas o peso da noite e a lembrança de que, mesmo nas horas mais quietas, o mundo ainda girava lá fora, implacável e distante.

Mas esses pensamentos, ao contrário do que parecia à primeira vista, não estavam centrados nas suas vidas cotidianas ou nas amarguras do trabalho duro. Não. O que os prendia ali, como se uma força invisível os mantivesse sentados, era o murmúrio constante que emanava de um canto escuro do bar. A voz que se ouvia de lá era masculina, áspera, mas estrategicamente velada, cuidando para não ser escutada com clareza. Às vezes, quando cessava, outra surgia, mais fina e tremula, como se carregasse o peso de um sofrimento profundo, ou o pavor de um ser quebrado, uma alma que se desfazia a cada palavra que ousava pronunciar.

A verdade pairava no ar, densa como a fumaça que se ergue das brasas das lenhas queimadas. Uma menina, transformada antes do tempo pela brutalidade da vida, se tornara mulher à força das circunstâncias. Ela carregava sobre os ombros o peso das escolhas feitas por outros, um fardo que ninguém parecia querer dividir. A comunidade, consciente de tudo, havia feito seu pacto de silêncio. Era mais fácil ignorar o sofrimento alheio do que encará-lo de frente. O olhar desviado, o sussurro abafado, o sorriso forçado, tudo indicava uma cumplicidade dolorosa que não podia ser confessada, mas estava ali, a cada gesto, a cada movimento.

Nesse ambiente sufocante de resignação, onde os homens se tornavam sombras de si mesmos, um homem diferente adentrou o botequim. Fernando não era dali. Seu olhar, mais atento e questionador, não parecia fazer parte do cenário comum de cansaço e medo que dominava o local. Quando a Nhonhozinha se aproximou, quebrando o silêncio com sua voz rouca, uma onda de desconforto percorreu a sala. Todos os olhos se voltaram para ele, o forasteiro que ousava ir contra a corrente de conformismo.

— Senhor, o que deseja? — perguntou a mulher, com uma pontada de curiosidade e talvez um toque de desafio, como quem sabia que a presença dele mudaria algo, embora não soubesse exatamente o quê.

Fernando olhou ao redor, sem pressa, sem se intimidar. Sua resposta, calada e firme, soou como um estalo no ar pesado do botequim:

— Já vi que o senhor não é daqui, mas tem coragem, bastante coragem — a Nhonhozinha observou, com um sorriso sutil no rosto, analisando a reação dos outros. O comentário parecia tanto uma constatação quanto um elogio. A coragem dele não passava despercebida, não no ambiente sufocante em que estavam.

Ele, por sua vez, não vacilou, mantendo-se em pé, desafiando a gravidade do medo que pesava sobre todos:

— Não acho tanto assim. A coragem pertence aos homens que sabem ter medo. Eu quero ter medo em algumas situações. — Sua voz não vacilou, mas a intensidade de suas palavras parecia carregar a força de mil tempestades. Ele não era apenas um homem que falava, era alguém que entendia as profundezas do medo, mas ainda assim escolhia avançar.

A Nhonhozinha, observando-o com uma mistura de fascinação e apreensão, decidiu servir-lhe com a habilidade de quem já sabia muito sobre a vida. Mas enquanto Fernando comia e bebia, uma atenção silenciosa se formava ao seu redor. Olhares furtivos, sorrisos contidos e um reconhecimento silencioso se espalhavam entre os homens. Alguns o observavam como quem vê um raio de luz se infiltrando na escuridão. Outros, mais cautelosos, estavam atentos à sua postura, seus gestos, aguardando algo.

O mais interessante, no entanto, foi o grupo específico que fez sinal para que Fernando se juntasse a eles. Aqueles homens, que até então pareciam partes de um relógio quebrado, com o tempo estagnado, começaram a se mover. Eles, que por tanto tempo se prenderam ao silêncio, à omissão, agora pareciam buscar algo. Fernando se tornara, de alguma forma, uma faísca de mudança. A presença dele não era apenas uma novidade, mas uma possibilidade concreta de algo diferente. De algo que eles não ousavam imaginar, mas que, no fundo, todos desejavam. Talvez ele fosse o catalisador que os libertaria da prisão invisível que os mantinha ali, uma prisão construída de medos, frustrações e cumplicidade.

Entre as conversas abafadas e os risos forçados, Fernando percebeu que sua chegada não era meramente uma coincidência. Ele sentia, com uma clareza que roçava o desconforto, que seu papel ali transcendia o simples ato de ocupar um banco no botequim da Nhonhozinha. Cada olhar furtivo, cada gesto hesitante dos homens ao seu redor, parecia conspirar para que ele fizesse as perguntas certas. O tipo de perguntas que não apenas rachariam o silêncio denso que pairava sobre eles, mas que poderiam abrir feridas que todos pareciam empenhados em esconder. Ele era mais que um forasteiro. Ele era uma interrupção. Ele era a possibilidade de que algo, finalmente, mudasse.

Fernando ajustou-se no banco, sua postura carregando a firmeza de alguém que entende o peso do momento. Sua voz, quando finalmente rompeu o espaço, tinha uma cadência firme, mas não ameaçadora. Ele sabia que não era apenas o que dizia, mas como dizia, que faria a diferença.

— Vocês já pararam para pensar no que realmente prendemos aqui dentro? — ele perguntou, sua voz ressoando como uma pedra lançada em um lago calmo. — Não é só o silêncio. É a nossa própria covardia, não é?

Os homens, que antes mantinham seus olhos fixos em seus copos, agora erguiam os olhares, um a um. Havia algo nos olhos de Fernando — não era arrogância, não era piedade. Era uma coragem serena que desafiava, mas não humilhava. A Nhonhozinha, sempre atenta a cada movimento no seu botequim, apertou os lábios, como quem segura uma prece ou um segredo.

— E se tudo o que precisamos for começar a falar? — continuou Fernando, deixando a pergunta no ar. — Não com desespero, mas com a certeza de que o silêncio nunca nos salvou.

O barulho de seus passos reeditou quando ele se levantou, atravessando o salão com uma calma que parecia vibrar de propósito. O botequim, tão acostumado a abrigar sombras, parecia pela primeira vez iluminado, não pela fraca luz das lâmpadas, mas pela tensão crescente de algo iminente. Era como se o espaço respirasse, hesitante, entre a inércia e o movimento.

E então ele parou, perto da porta. Virou-se, sua silhueta cortando a luz do lado de fora que insistia em penetrar as frestas do lugar. O silêncio, agora, era outro. Não mais o silêncio cúmplice ou o do medo. Era o silêncio carregado de expectativa, da possibilidade de algo inominável.

— Talvez amanhã, ou talvez hoje mesmo, alguém aqui decida que é hora de fazer diferente. Não porque eu disse algo, mas porque vocês sabem, lá no fundo, que viver assim não é viver. E quando isso acontecer, Nhonhozinha, eu espero que você sirva o melhor grogue que tiver. Porque vai valer a pena.

Com isso, Fernando saiu, deixando para trás um rastro de incerteza e fogo. A porta balançou atrás dele, como se resistisse a fechar-se completamente. Os homens permaneceram em silêncio, mas não era mais o mesmo silêncio. Era como a calmaria antes da tempestade, como um relógio prestes a dar a última badalada antes do novo dia.

Nhonhozinha pegou o pano que estava no balcão, mas não o usou. Apenas o segurou, olhando para a porta aberta, como se esperasse algo. Ou talvez, alguém.

E então, com a madrugada avançando, um dos homens falou, pela primeira vez em muito tempo. Sua voz era baixa, mas carregada de um peso que entoava com a força de algo quebrando.

— Talvez ele tenha razão.

E naquele momento, o botequim, sempre tão acostumado à monotonia, se transformou em uma encruzilhada de possibilidades. Algo havia mudado. Não era grande, não era óbvio, mas era irreversível. E, enquanto o vento entrava pelas frestas, trazendo o aroma fresco da madrugada, todos ali sabiam que não seriam mais os mesmos.

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Dexam Sabi Cabo Verde: A Hora de Dizer - por Mário Loff
A Hora de Dizer - por Mário Loff
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