É para mudar este “estado de coisas” e dar tambem visibilidade aos afro-argentinos que Patrícia transformou esse orgulho de ser também cabo-verdiana em ativismo social
o país onde oficialmente não há negros
NETA DE CABO-VERDIANOS NA ARGENTINA LUTA PELO RECONHECIMENTO DA SUA ORIGEM AFRICANA E PELO DIREITO DAS MULHERES NEGRAS
Os avos e bisavos de Patrícia Gomes chegaram à Argentina entre as duas guerras mundiais, em diferentes levas de imigrantes cabo-verdianos para aquele país da América Latina. Apesar de ter nascido em Buenos Aires, Patrícia cresceu rodeada da cultura cabo-verdiana, papiando kriolu e comendo cachupa ao som da morna e da coladeira.
Foi na infância, rodeada de tios e avos, que Patricia forjou sua identidade e ganhou esse orgulho pela sua raiz cabo-verdiana, num país prenhe de preconceito e de racismo e onde ser negro até ainda é visto como “algo mau” e onde os afrodescendentes estão praticamente ocultos da sociedade, resultado de uma politica oficial de branqueamento que vem desde o século 19 quando todos os descendentes de negros começaram a ser registados como brancos.
DO ORGULHO AO ATIVISMO
É para mudar este “estado de coisas” e dar tambem visibilidade aos afro-argentinos que Patrícia transformou esse orgulho de ser também cabo-verdiana em ativismo social, lutando todos os dias para o reconhecimento dos direitos dos negros na Argentina, mas, principalmente, para mudar a situação da mulher negra que no país do tango é vitima de uma tripla discriminação: por ser ser mulher, por ser negra e por ser pobre.
Por carências económicas mas tambem por uma espécie de determinismo social a maioria das meninas negras da Argentina nem sequer terminam o ensino primaria e, já adultas, quase todas vivem da economia informal que neste momento de crise covídica está a revelar toda sua fragilidade . Sem segurança social, essas mulheres – muitas delas chefes de família- nem conseguem se inscrever para as ajudas de emergência. Por outro lado, diz Patrícia, para alem dessa situação alarmante e de todo o racismo e sexismo de que são vitimas, as negras ainda são marginalizadas quando saem à procura de trabalho porque, diz ela, ” aqui na Argentina ninguém quer ter uma negra no escritório ou no balcão”
UM CASO EXCECIONAL
Patrícia teve a oportunidade de estudar debaixo de muito sacrifício da sua família mas também debaixo de racismo , intimidaçço e preconceito que diz que a acompanharam desde a escola primaria ate sua vida adulta.
Advogada de profissão, considera que a sua formação não a torna imune ao racismo, mas, pelo menos , lhe permite encarara-lo de uma outra forma, não deixando que esse sentimento mórbido degradasse sua autoestima. Trabalha no que mais gosta mas está consciente de que ela é um caso à parte no mercado laboral argentino que continua praticamente fechado à mulher negra.
ADVOGADA, ATIVISTA E ANTI-RACISTA
Essa batalha pela igualdade de oportunidades em prol das negras da Argentina Patrícia a desenvolve em varias frentes, sabendo que em cada frente o desafio é ainda maior .
Como membro do Conselho de Honra do Ministério Argentino das Mulheres, do Género e da Diversidade ela tenta influenciar politicas pró-ativas a favor da comunidade negra enquanto, paralelamente, batalha como advogada a favor das mulheres no Instituto Argentino contra a Discriminação.
Finalmente Como membro da comunidade cabo-verdiana participa ativamente na sociedade de Socorros Mútuos “Unión Caboverdeana” , a maior organização de cabo-verdianos na Argentina.
NETA DE CABO-VERDIANOS NA ARGENTINA LUTA PELO RECONHECIMENTO DA SUA ORIGEM AFRICANA E PELO DIREITO DAS MULHERES NEGRAS
Os avos e bisavos de Patrícia Gomes chegaram à Argentina entre as duas guerras mundiais, em diferentes levas de imigrantes cabo-verdianos para aquele país da América Latina. Apesar de ter nascido em Buenos Aires, Patrícia cresceu rodeada da cultura cabo-verdiana, papiando kriolu e comendo cachupa ao som da morna e da coladeira.
Foi na infância, rodeada de tios e avos, que Patricia forjou sua identidade e ganhou esse orgulho pela sua raiz cabo-verdiana, num país prenhe de preconceito e de racismo e onde ser negro até ainda é visto como “algo mau” e onde os afrodescendentes estão praticamente ocultos da sociedade, resultado de uma politica oficial de branqueamento que vem desde o século 19 quando todos os descendentes de negros começaram a ser registados como brancos.
DO ORGULHO AO ATIVISMO
É para mudar este “estado de coisas” e dar tambem visibilidade aos afro-argentinos que Patrícia transformou esse orgulho de ser também cabo-verdiana em ativismo social, lutando todos os dias para o reconhecimento dos direitos dos negros na Argentina, mas, principalmente, para mudar a situação da mulher negra que no país do tango é vitima de uma tripla discriminação: por ser ser mulher, por ser negra e por ser pobre.
Por carências económicas mas tambem por uma espécie de determinismo social a maioria das meninas negras da Argentina nem sequer terminam o ensino primaria e, já adultas, quase todas vivem da economia informal que neste momento de crise covídica está a revelar toda sua fragilidade . Sem segurança social, essas mulheres – muitas delas chefes de família- nem conseguem se inscrever para as ajudas de emergência. Por outro lado, diz Patrícia, para alem dessa situação alarmante e de todo o racismo e sexismo de que são vitimas, as negras ainda são marginalizadas quando saem à procura de trabalho porque, diz ela, ” aqui na Argentina ninguém quer ter uma negra no escritório ou no balcão”
UM CASO EXCECIONAL
Patrícia teve a oportunidade de estudar debaixo de muito sacrifício da sua família mas também debaixo de racismo , intimidaçço e preconceito que diz que a acompanharam desde a escola primaria ate sua vida adulta.
Advogada de profissão, considera que a sua formação não a torna imune ao racismo, mas, pelo menos , lhe permite encarara-lo de uma outra forma, não deixando que esse sentimento mórbido degradasse sua autoestima. Trabalha no que mais gosta mas está consciente de que ela é um caso à parte no mercado laboral argentino que continua praticamente fechado à mulher negra.
ADVOGADA, ATIVISTA E ANTI-RACISTA
Essa batalha pela igualdade de oportunidades em prol das negras da Argentina Patrícia a desenvolve em varias frentes, sabendo que em cada frente o desafio é ainda maior .
Como membro do Conselho de Honra do Ministério Argentino das Mulheres, do Género e da Diversidade ela tenta influenciar politicas pró-ativas a favor da comunidade negra enquanto, paralelamente, batalha como advogada a favor das mulheres no Instituto Argentino contra a Discriminação.
Finalmente Como membro da comunidade cabo-verdiana participa ativamente na sociedade de Socorros Mútuos “Unión Caboverdeana” , a maior organização de cabo-verdianos na Argentina.
fonte:ondakriolu
COMMENTS