A situação do desemprego jovem no Tarrafal é consequência da degradação da economia local
Texto publicado por Francisco Tavares, no facebook...
Não fossem as oportunidades desperdiçadas desde 2000, Tarrafal seria hoje um grande destino turístico, pois já teve seus tempos áureos nos passados anos de noventa. Tarrafal tem boas praias com um ambiente acolhedor e tradição turística. Acresce-se ainda o facto de possuir o Campo de Concentração que é uma das maiores referências dos PALOP no processo de luta para a independência e de Portugal no percurso para o fim da ditadura. Sabemos que o Governo está a promover a candidatura desse Campo de Concentração a património da humanidade pela UNESCO, ou seja esse Concelho deve integrar o roteiro mundial da luta pelos direitos humanos.
Devia ser hoje um Concelho rico, com uma economia local dinâmica a irradiar externalidades positivas para o resto de Santiago Norte. A situação atual é fruto de decisões que os homens tomaram e sobretudo de omissões que os homens cometeram.
É preciso sim acreditar e investir no potencial de Tarrafal, em especial no domínio do turismo, recuperar rapidamente o tempo perdido e transformá-lo num Concelho de oportunidades, de felicidade, como sonharam as famílias, ao priorizarem o investimento na educação dos seus filhos que deveria e deve mesmo resultar-se no desenvolvimento da economia local e assim em mais oportunidades de emprego no Concelho e em bem-estar.
O cenário que infelizmente temos hoje é fruto de omissões e de oportunidades desperdiçadas. No Tarrafal vivem 18.172 pessoas, população essa, inferior á que tinha sete anos antes. Ou seja, Tarrafal vem perdendo população, como resultado da estagnação da economia local bem como da incapacidade da mesma oferecer aos jovens oportunidades de emprego e de realização profissional e pessoal, à altura do investimento feito na educação, mas também das suas aspirações.
Tanto assim é que apenas cerca de 10% dos ocupados tem nível superior, valor este muito abaixo da média nacional que é de 16%. O mercado local absorve maioritariamente pessoas com o nível de ensino básico (47%). Portanto, pode inferir que, inclusive para as pessoas com ensino secundário as oportunidades e qualidade de emprego são quase inexistentes.
Temos no Tarrafal, 6.106 pessoas a trabalhar para uma população de 18.172 pessoas, ou seja, uma pessoa a trabalhar para cada três. Pelo menos 8.371 pessoas, ou seja 46 em cada 100 estão na inatividade, no desemprego ou no subemprego.
A situação é persistente, pois eram 8550 há sete anos atrás. Hoje é ligeiramente inferior porque muitos saíram do Concelho. A situação deprimente do mercado de trabalho é persistente, pois em 2011 a inatividade era de 41%, mas piorou no último ano (47,4%), muito embora, de 13% em 2011, tenha ocorrido uma ligeira diminuição do desempego fixando-se em 9,5% em finais do ano passado.
Infelizmente, contrariamente ao que a situação dos anos noventa faria esperar Tarrafal possui ainda uma economia predominantemente agrária pois a agricultura, a pecuária e a pesca asseguram cerca de 30% do emprego. Portanto é na atividade agraria onde se encontra o maior número de empregados, isto, na sequência de dois anos de seca e de produção agrícola de sequeiro praticamente nula. O Estado, ou seja, a administração publica, a educação e a saúde é o segundo empregador, assegurando cerca de 25% do emprego, perfazendo com a agricultura cerca de 55% do emprego e estes, com o comercio e a construção, pouco mais de ¾ do emprego no Concelho. Predominam assim uma agricultura sem resiliência, um comercio predominantemente informal e a construção que normalmente gera emprego precário e temporário e assim escasseia o emprego decente.
O ramo de Alojamento e restauração assegura apenas 5% do emprego e é assim evidente que Tarrafal deixou há muito de ser uma economia do turismo. Tão deprimente é a situação do mercado de trabalho que Tarrafal é o segundo Concelho de Cabo Verde com mais gente trabalhando nas indústrias extrativas (21%) apenas suplantado por Santa Catarina (24%) e isto é sobretudo extração de inertes, especialmente pela delapidação das praias comprometendo o ecossistema marinho, os lençóis freáticos e especialmente o turismo.
É também digno de realce o facto de apenas 20% dos ocupados trabalharem para o Sector Empresarial privado, sensivelmente metade da média nacional. As pessoas trabalham sobretudo por conta própria (47%) e pelo menos 71 em cada 100 estão nessa situação ou então tem emprego garantido pela Administração Pública (24%), o que testemunha também a debilidade do sector empresarial.
Tarrafal tem cerca de 300 empresas que asseguram apenas cerca de 700 empregos com um volume de negócios de cerca de 800 mil contos e baixos níveis de produtividade. Com efeito o volume de negócios por empresa é de 2.415 mil escudos, o equivalente a apenas 9% da média nacional e o volume de negócios por trabalhador é de 1.168 mil escudos, sensivelmente 24% da média nacional.
A situação do mercado de trabalho explica em larga escala o nível de vida da população. O consumo per capita médio anual no Tarrafal é de 141.532 escudos, sendo o 9º maior de Cabo Verde e o maior de Santiago Norte, seguramente graças ás remessas dos emigrantes. Mas o nível de desigualdades é expressivo, ou seja, o Coeficiente de Gini é de 0,37, nono e quinto menores de Cabo Verde e de Santiago Norte respetivamente. Assim, vivem nesse Concelho, cerca de 6.000 pobres, ou seja, um em cada três habitantes e destes, cerca de 1.400 vivem na extrema pobreza, mas isto não é uma fatalidade.
A situação do desemprego jovem no Tarrafal é consequência da degradação da economia local, pois quase 3 em cada 4 desempregados já trabalharam e 37 em cada 100 são desempregados de longa duração, ou seja, há mais de 1 ano, sendo que em média estão há cerca de 13 meses no desemprego.
Neste concelho predominam as profissões de baixa qualificação, produtividade e por consequência de baixo rendimento. Assim, pelo menos 82 em cada 100 pessoas ocupadas exercem como Agricultores e trabalho qualificado da agricultura pesca e da floresta (26%), Profissões elementares (24%), como Pessoal dos serviços pessoais, de proteção e seguros e vendas (17%) quanto 15 em cada 100 são Operários, artífices e trabalhadores similares.
Os desempregados têm em média 27,9 anos e confirma-se assim que o desemprego afeta sobretudo os jovens se tivermos em conta que 85 em cada 100 desempregados tem 15 a 34 anos de idade. A taxa de desemprego, nessa faixa etária é de 18%, quase dobro da media do Concelho, mas cerca de 1 ponto percentual abaixo da média nacional e, em geral, os desempregados tem em media 8,6 anos de estudo e podia ser superior, não fosse a migração dos seus quadros. Com efeito, segundo dados do Censo 2010, viviam em Cabo Verde 556 pessoas com formação superior nascidas no Tarrafal e destes apenas 197 ali residiam e o restante nos outros Concelhos e sobretudo no da Praia com 305 pessoas desse nível provenientes daquele Município.
Segundo o INE, em finais do ano passado residiam no Tarrafal, 2.398 jovens fora do emprego, da educação e da formação. Destes, 1.897 tem nível secundário, 111 tem nível superior e 299 tem nível abaixo do secundário. Assim, se por um lado muitos jovens deixam Tarrafal por falta de oportunidades económicas e de emprego, entre os que ficam a exclusão é patente.
Mas a situação deprimente da economia local e do mercado de trabalho é fruto de decisões que os homens tomaram e de omissões que os homens cometeram. Deve o Governo, com a Câmara Municipal de Tarrafal, os empresários, os intelectuais originários desse Concelho e em geral as forças vivas, realizar o que foi o sonho dos Tarrafalenses, nos anos noventa. Santiago Norte será um novo destino turístico e Tarrafal deve ser o pivot do turismo nessa região. O turismo criará novas oportunidades de negócios, nomeadamente para a cultura e indústrias criativas, quanto para a agricultura, pecuária e agroindústria.
A evolução do mercado de trabalho nos últimos três anos evidencia a extrema vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas. A geração sustentável de emprego digno dependerá, pelo menos nos próximos 3 anos, sobretudo dos outros ramos de atividade económica. Contudo, para Tarrafal quanto para o resto de Cabo Verde, o Governo deve atender á imperatividade da promoção da inserção produtiva dos jovens.
Se Tarrafal tem apenas 6.106 pessoas a trabalhar para uma população de 18.172 pessoas, ou seja, uma pessoa a trabalhar para cada três e pelo menos 8.371 pessoas estão na inatividade, no desemprego ou no subemprego, há que criar condições para massificar a inserção produtiva. Quem faz a mudança são as pessoas, em especial os jovens pelo que a aposta essencial deverá ser na capacitação destes últimos para construir e aproveitar novas oportunidades que o desenvolvimento do turismo engendrará.
Tarrafal merece atenção especial, diferenciação positiva para que recupere a sua função de farol do turismo de Santiago Norte, quiçá da Ilha de Santiago. O Governo deve com a Câmara Municipal, os empresários, os intelectuais originários desse Concelho e em geral as forças vivas, fazer o necessário para que os jovens de Tarrafal não percam muito tempo á espera de uma oportunidade de formação e emprego.
Tarrafal deverá sim realizar, pelo desenvolvimento do turismo, parte do nosso destino, ou seja, a inserção dinâmica no sistema económico mundial.
Praia, 30 de Abril de 2019
Francisco Fernandes Tavares
Engenheiro Estatístico
Não fossem as oportunidades desperdiçadas desde 2000, Tarrafal seria hoje um grande destino turístico, pois já teve seus tempos áureos nos passados anos de noventa. Tarrafal tem boas praias com um ambiente acolhedor e tradição turística. Acresce-se ainda o facto de possuir o Campo de Concentração que é uma das maiores referências dos PALOP no processo de luta para a independência e de Portugal no percurso para o fim da ditadura. Sabemos que o Governo está a promover a candidatura desse Campo de Concentração a património da humanidade pela UNESCO, ou seja esse Concelho deve integrar o roteiro mundial da luta pelos direitos humanos.
Devia ser hoje um Concelho rico, com uma economia local dinâmica a irradiar externalidades positivas para o resto de Santiago Norte. A situação atual é fruto de decisões que os homens tomaram e sobretudo de omissões que os homens cometeram.
É preciso sim acreditar e investir no potencial de Tarrafal, em especial no domínio do turismo, recuperar rapidamente o tempo perdido e transformá-lo num Concelho de oportunidades, de felicidade, como sonharam as famílias, ao priorizarem o investimento na educação dos seus filhos que deveria e deve mesmo resultar-se no desenvolvimento da economia local e assim em mais oportunidades de emprego no Concelho e em bem-estar.
O cenário que infelizmente temos hoje é fruto de omissões e de oportunidades desperdiçadas. No Tarrafal vivem 18.172 pessoas, população essa, inferior á que tinha sete anos antes. Ou seja, Tarrafal vem perdendo população, como resultado da estagnação da economia local bem como da incapacidade da mesma oferecer aos jovens oportunidades de emprego e de realização profissional e pessoal, à altura do investimento feito na educação, mas também das suas aspirações.
Tanto assim é que apenas cerca de 10% dos ocupados tem nível superior, valor este muito abaixo da média nacional que é de 16%. O mercado local absorve maioritariamente pessoas com o nível de ensino básico (47%). Portanto, pode inferir que, inclusive para as pessoas com ensino secundário as oportunidades e qualidade de emprego são quase inexistentes.
Temos no Tarrafal, 6.106 pessoas a trabalhar para uma população de 18.172 pessoas, ou seja, uma pessoa a trabalhar para cada três. Pelo menos 8.371 pessoas, ou seja 46 em cada 100 estão na inatividade, no desemprego ou no subemprego.
A situação é persistente, pois eram 8550 há sete anos atrás. Hoje é ligeiramente inferior porque muitos saíram do Concelho. A situação deprimente do mercado de trabalho é persistente, pois em 2011 a inatividade era de 41%, mas piorou no último ano (47,4%), muito embora, de 13% em 2011, tenha ocorrido uma ligeira diminuição do desempego fixando-se em 9,5% em finais do ano passado.
Infelizmente, contrariamente ao que a situação dos anos noventa faria esperar Tarrafal possui ainda uma economia predominantemente agrária pois a agricultura, a pecuária e a pesca asseguram cerca de 30% do emprego. Portanto é na atividade agraria onde se encontra o maior número de empregados, isto, na sequência de dois anos de seca e de produção agrícola de sequeiro praticamente nula. O Estado, ou seja, a administração publica, a educação e a saúde é o segundo empregador, assegurando cerca de 25% do emprego, perfazendo com a agricultura cerca de 55% do emprego e estes, com o comercio e a construção, pouco mais de ¾ do emprego no Concelho. Predominam assim uma agricultura sem resiliência, um comercio predominantemente informal e a construção que normalmente gera emprego precário e temporário e assim escasseia o emprego decente.
O ramo de Alojamento e restauração assegura apenas 5% do emprego e é assim evidente que Tarrafal deixou há muito de ser uma economia do turismo. Tão deprimente é a situação do mercado de trabalho que Tarrafal é o segundo Concelho de Cabo Verde com mais gente trabalhando nas indústrias extrativas (21%) apenas suplantado por Santa Catarina (24%) e isto é sobretudo extração de inertes, especialmente pela delapidação das praias comprometendo o ecossistema marinho, os lençóis freáticos e especialmente o turismo.
É também digno de realce o facto de apenas 20% dos ocupados trabalharem para o Sector Empresarial privado, sensivelmente metade da média nacional. As pessoas trabalham sobretudo por conta própria (47%) e pelo menos 71 em cada 100 estão nessa situação ou então tem emprego garantido pela Administração Pública (24%), o que testemunha também a debilidade do sector empresarial.
Tarrafal tem cerca de 300 empresas que asseguram apenas cerca de 700 empregos com um volume de negócios de cerca de 800 mil contos e baixos níveis de produtividade. Com efeito o volume de negócios por empresa é de 2.415 mil escudos, o equivalente a apenas 9% da média nacional e o volume de negócios por trabalhador é de 1.168 mil escudos, sensivelmente 24% da média nacional.
A situação do mercado de trabalho explica em larga escala o nível de vida da população. O consumo per capita médio anual no Tarrafal é de 141.532 escudos, sendo o 9º maior de Cabo Verde e o maior de Santiago Norte, seguramente graças ás remessas dos emigrantes. Mas o nível de desigualdades é expressivo, ou seja, o Coeficiente de Gini é de 0,37, nono e quinto menores de Cabo Verde e de Santiago Norte respetivamente. Assim, vivem nesse Concelho, cerca de 6.000 pobres, ou seja, um em cada três habitantes e destes, cerca de 1.400 vivem na extrema pobreza, mas isto não é uma fatalidade.
A situação do desemprego jovem no Tarrafal é consequência da degradação da economia local, pois quase 3 em cada 4 desempregados já trabalharam e 37 em cada 100 são desempregados de longa duração, ou seja, há mais de 1 ano, sendo que em média estão há cerca de 13 meses no desemprego.
Neste concelho predominam as profissões de baixa qualificação, produtividade e por consequência de baixo rendimento. Assim, pelo menos 82 em cada 100 pessoas ocupadas exercem como Agricultores e trabalho qualificado da agricultura pesca e da floresta (26%), Profissões elementares (24%), como Pessoal dos serviços pessoais, de proteção e seguros e vendas (17%) quanto 15 em cada 100 são Operários, artífices e trabalhadores similares.
Os desempregados têm em média 27,9 anos e confirma-se assim que o desemprego afeta sobretudo os jovens se tivermos em conta que 85 em cada 100 desempregados tem 15 a 34 anos de idade. A taxa de desemprego, nessa faixa etária é de 18%, quase dobro da media do Concelho, mas cerca de 1 ponto percentual abaixo da média nacional e, em geral, os desempregados tem em media 8,6 anos de estudo e podia ser superior, não fosse a migração dos seus quadros. Com efeito, segundo dados do Censo 2010, viviam em Cabo Verde 556 pessoas com formação superior nascidas no Tarrafal e destes apenas 197 ali residiam e o restante nos outros Concelhos e sobretudo no da Praia com 305 pessoas desse nível provenientes daquele Município.
Segundo o INE, em finais do ano passado residiam no Tarrafal, 2.398 jovens fora do emprego, da educação e da formação. Destes, 1.897 tem nível secundário, 111 tem nível superior e 299 tem nível abaixo do secundário. Assim, se por um lado muitos jovens deixam Tarrafal por falta de oportunidades económicas e de emprego, entre os que ficam a exclusão é patente.
Mas a situação deprimente da economia local e do mercado de trabalho é fruto de decisões que os homens tomaram e de omissões que os homens cometeram. Deve o Governo, com a Câmara Municipal de Tarrafal, os empresários, os intelectuais originários desse Concelho e em geral as forças vivas, realizar o que foi o sonho dos Tarrafalenses, nos anos noventa. Santiago Norte será um novo destino turístico e Tarrafal deve ser o pivot do turismo nessa região. O turismo criará novas oportunidades de negócios, nomeadamente para a cultura e indústrias criativas, quanto para a agricultura, pecuária e agroindústria.
A evolução do mercado de trabalho nos últimos três anos evidencia a extrema vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas. A geração sustentável de emprego digno dependerá, pelo menos nos próximos 3 anos, sobretudo dos outros ramos de atividade económica. Contudo, para Tarrafal quanto para o resto de Cabo Verde, o Governo deve atender á imperatividade da promoção da inserção produtiva dos jovens.
Se Tarrafal tem apenas 6.106 pessoas a trabalhar para uma população de 18.172 pessoas, ou seja, uma pessoa a trabalhar para cada três e pelo menos 8.371 pessoas estão na inatividade, no desemprego ou no subemprego, há que criar condições para massificar a inserção produtiva. Quem faz a mudança são as pessoas, em especial os jovens pelo que a aposta essencial deverá ser na capacitação destes últimos para construir e aproveitar novas oportunidades que o desenvolvimento do turismo engendrará.
Tarrafal merece atenção especial, diferenciação positiva para que recupere a sua função de farol do turismo de Santiago Norte, quiçá da Ilha de Santiago. O Governo deve com a Câmara Municipal, os empresários, os intelectuais originários desse Concelho e em geral as forças vivas, fazer o necessário para que os jovens de Tarrafal não percam muito tempo á espera de uma oportunidade de formação e emprego.
Tarrafal deverá sim realizar, pelo desenvolvimento do turismo, parte do nosso destino, ou seja, a inserção dinâmica no sistema económico mundial.
Praia, 30 de Abril de 2019
Francisco Fernandes Tavares
Engenheiro Estatístico
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