tenho esse hábitos de ir à praia no final da tarde
O homem da cidade
tenho esses hábitos de final da tarde de ir até a praia.
eu sou daqueles de mão fina, e de pénis sem pelo.
Sou o homem da cidade, sou metade burocrata, metade impostor
De mim mesmo. Pentear o cabelo é aceitar um contentor mal despejada
Eu que tenho despejado tudo nas batotas, esgotamentos das botijas do nada.
ando a caminhar no meio das coisas feias
as estradas andam cheias de terços
a mim me é indiferente, eu admiro aqueles felizardos estercos. Secos.
Têm estoque que blêizer curta, banhados de lideranças nos neurónios
Eu os vejo todos de azul velvet,
eu os vejo sendo grandes democratas comendo na casa dos comunistas
são todos lindos. Igual ao meu pénis sem pelo.
Eu sou o homem da cidade.
As minhas barbas não esticam tanto como elástico
Tudo em mim me anda afetar, a galgar o que já não tenho
Só tenho os restos mortais em mim, está tudo morto
É que o meu pénis já passou o tempo de ter tesão e a própria razão anda a aceitar,
que caminhar é procurar o caminho de casa.
Eu sei que vou para o degredo situado para além do inferno.
Ali vivem os poetas com tesão.
Eu sou o homem da cidade.
tenho esse hábitos de ir à praia no final da tarde,
tenho ido muito nos últimos anos. Tenho tido úlceras falantes,
de manhã fala em voz de mendigo ao pé da igreja, só oiço toque das moedas,
criancinhas a bailarem em cheques com testículos,
sinos na boca dos santos, vinhos na boca do padre.
Tenho amado aquela freira de lábios negros de maconha,
tenho amado ela como se ela fosse folgo nosso de cada dia,
tenho observado ela triste, santa. Tenho cantado aleluia no corpo nua dela.
Deus. ele tem sido testemunha dos meus sonhos, ele vê tudo e nele tudo creio.
so!
a tarde sou só um coitado pedindo esmolas,
na cidade é difícil mendigar o amor,
a noite sou só um mal nutrido de espírito,
que se sente melhor que deus.
Mario loff
tenho esses hábitos de final da tarde de ir até a praia.
eu sou daqueles de mão fina, e de pénis sem pelo.
Sou o homem da cidade, sou metade burocrata, metade impostor
De mim mesmo. Pentear o cabelo é aceitar um contentor mal despejada
Eu que tenho despejado tudo nas batotas, esgotamentos das botijas do nada.
ando a caminhar no meio das coisas feias
as estradas andam cheias de terços
a mim me é indiferente, eu admiro aqueles felizardos estercos. Secos.
Têm estoque que blêizer curta, banhados de lideranças nos neurónios
Eu os vejo todos de azul velvet,
eu os vejo sendo grandes democratas comendo na casa dos comunistas
são todos lindos. Igual ao meu pénis sem pelo.
Eu sou o homem da cidade.
As minhas barbas não esticam tanto como elástico
Tudo em mim me anda afetar, a galgar o que já não tenho
Só tenho os restos mortais em mim, está tudo morto
É que o meu pénis já passou o tempo de ter tesão e a própria razão anda a aceitar,
que caminhar é procurar o caminho de casa.
Eu sei que vou para o degredo situado para além do inferno.
Ali vivem os poetas com tesão.
Eu sou o homem da cidade.
tenho esse hábitos de ir à praia no final da tarde,
tenho ido muito nos últimos anos. Tenho tido úlceras falantes,
de manhã fala em voz de mendigo ao pé da igreja, só oiço toque das moedas,
criancinhas a bailarem em cheques com testículos,
sinos na boca dos santos, vinhos na boca do padre.
Tenho amado aquela freira de lábios negros de maconha,
tenho amado ela como se ela fosse folgo nosso de cada dia,
tenho observado ela triste, santa. Tenho cantado aleluia no corpo nua dela.
Deus. ele tem sido testemunha dos meus sonhos, ele vê tudo e nele tudo creio.
so!
a tarde sou só um coitado pedindo esmolas,
na cidade é difícil mendigar o amor,
a noite sou só um mal nutrido de espírito,
que se sente melhor que deus.
Mario loff
COMMENTS