Mães solteiras, na ilha do Sal, que vivem sozinhas com os filhos queixam-se da falta de apoio emocional dos pais, para com os rebentos, associado a alguma irresponsabilidade no que tange à atribuição da pensão de alimento.
Conforme defendem, seja por que razão for, separação, divórcio, por opção… e sustentando o ditado popular “mais vale só do que mal-acompanhado”, algumas delas vivem sozinhas, cuidando dos filhos “órfãos de pais vivos”.
Elas fizeram esse desabafo em declarações à Inforpress no âmbito da celebração da efeméride 19 de Março, Dia do Pai, sublinhando “que os pais cabo-verdianos querem e pensam nos filhos se estão com as mães…”.
Caso contrário, contam, “desligam-se completamente” do filho ou filhos, chegando ao ponto de não dispensar afecto e muito menos contribuir com algum apoio, financeiro, permitindo melhor qualidade de vida para a criação dos filhos.
Segundo Dina Ferreira, jornalista de profissão e delegada da RTC no Sal, considerando que as estatísticas que apontam que só uma mínima percentagem de crianças vive com os pais, sendo esses de famílias julgadas não pobres, esse facto leva a uma “grande” preocupação.
“Isto quer dizer que a maior parte das crianças cabo-verdianas vivem ou só com a mãe ou só com o pai. Mas pela realidade que conhecemos quase todas vivem com as mães”, analisou, lamentando o facto de, em Cabo Verde, os homens se absterem das suas obrigações ou dever de cuidar e educar, enquanto progenitores, mesmo debaixo do mesmo tecto com as mães, esposas ou companheiras.
“Em Cabo Verde, muitos casais quando se separam, na maior parte dos casos os filhos ficam com as mães. E quando isso acontece, os pais, infelizmente, separam-se não só das esposas, mas também dos filhos…impressionante, triste e lamentável”, exteriorizou Dina que há dez anos acompanha a educação dos filhos “sozinha”.
Também Maria do Rosário de 43 anos de idade, mãe de quatro filhos, de pais diferentes, conhece bem as dificuldades de criar os filhos sozinhos.
“Os pais dos meus filhos não estão nem aí. Incrível como tudo muda. Tornam-se nuns monstros. Não lhes interessa saber se os meninos estão a passar fome, ou se estão ao relento. Agradeço a minha mãe que me tem apoiado. Caso contrário não sei o que seria de mim e dos meus filhos”, conta, revoltada.
Num tom de arrependimento, considerando que tem exemplos para dar, do Rosário aconselha às meninas, a essa juventude e mulheres no geral, “a acautelarem-se bem” na escolha dos pais para seus filhos.
“Homem não é gente. Claro que não há regra sem excepção. Muitas vezes a ausência do pai não é voluntária, caso de morte, por exemplo. Se fosse o caso, ficava mais tranquila…Revolta-me saber que ele se acha, enquanto os filhos padecem dificuldades. Aprendi a tomar decisões certas. E vou levá-lo ao ICCA para que tome consciência da sua irresponsabilidade paternal”, exteriorizou.
No tocante a data, o Dia do Pai, enquadra-se no calendário católico, também chamado Dia de São José, pai adoptivo de Jesus Cristo, cujo exemplo deixou, daí esse referencial de pai que todos devem ser.
A efeméride é comemorada no dia 19 de Março, porém, a celebração da data varia de país para país.
SC/FP, por:Inforpress
Elas fizeram esse desabafo em declarações à Inforpress no âmbito da celebração da efeméride 19 de Março, Dia do Pai, sublinhando “que os pais cabo-verdianos querem e pensam nos filhos se estão com as mães…”.
Caso contrário, contam, “desligam-se completamente” do filho ou filhos, chegando ao ponto de não dispensar afecto e muito menos contribuir com algum apoio, financeiro, permitindo melhor qualidade de vida para a criação dos filhos.
Segundo Dina Ferreira, jornalista de profissão e delegada da RTC no Sal, considerando que as estatísticas que apontam que só uma mínima percentagem de crianças vive com os pais, sendo esses de famílias julgadas não pobres, esse facto leva a uma “grande” preocupação.
“Isto quer dizer que a maior parte das crianças cabo-verdianas vivem ou só com a mãe ou só com o pai. Mas pela realidade que conhecemos quase todas vivem com as mães”, analisou, lamentando o facto de, em Cabo Verde, os homens se absterem das suas obrigações ou dever de cuidar e educar, enquanto progenitores, mesmo debaixo do mesmo tecto com as mães, esposas ou companheiras.
“Em Cabo Verde, muitos casais quando se separam, na maior parte dos casos os filhos ficam com as mães. E quando isso acontece, os pais, infelizmente, separam-se não só das esposas, mas também dos filhos…impressionante, triste e lamentável”, exteriorizou Dina que há dez anos acompanha a educação dos filhos “sozinha”.
Também Maria do Rosário de 43 anos de idade, mãe de quatro filhos, de pais diferentes, conhece bem as dificuldades de criar os filhos sozinhos.
“Os pais dos meus filhos não estão nem aí. Incrível como tudo muda. Tornam-se nuns monstros. Não lhes interessa saber se os meninos estão a passar fome, ou se estão ao relento. Agradeço a minha mãe que me tem apoiado. Caso contrário não sei o que seria de mim e dos meus filhos”, conta, revoltada.
Num tom de arrependimento, considerando que tem exemplos para dar, do Rosário aconselha às meninas, a essa juventude e mulheres no geral, “a acautelarem-se bem” na escolha dos pais para seus filhos.
“Homem não é gente. Claro que não há regra sem excepção. Muitas vezes a ausência do pai não é voluntária, caso de morte, por exemplo. Se fosse o caso, ficava mais tranquila…Revolta-me saber que ele se acha, enquanto os filhos padecem dificuldades. Aprendi a tomar decisões certas. E vou levá-lo ao ICCA para que tome consciência da sua irresponsabilidade paternal”, exteriorizou.
No tocante a data, o Dia do Pai, enquadra-se no calendário católico, também chamado Dia de São José, pai adoptivo de Jesus Cristo, cujo exemplo deixou, daí esse referencial de pai que todos devem ser.
A efeméride é comemorada no dia 19 de Março, porém, a celebração da data varia de país para país.
SC/FP, por:Inforpress
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