O novo comandante da Polícia Nacional (PN), na ilha do Sal, diz que não vai dar trégua à “bandidagem”, à pequena criminalidade, optimizando o trabalho do efectivo reduzido de policiais para combater a criminalidade na ilha.
Nesta medida, considerando que a segurança não é algo que se faça com rapidez, e por qualquer família ou indivíduo estar à mercê de violência, o policial acredita que, apesar dos parcos recursos disponíveis, sobretudo recursos humanos, é sempre possível se amenizar muita coisa, e não dar trégua aos bandidos.
“A situação é normal, não obstante as pessoas entrarem em pânico dado a um ou outro acontecimento. O Sal continua a ser uma ilha segura. Durante esses seis meses que estou à frente deste comando houve dois homicídios: um com arma de fogo e outro com arma branca… Isso não faz da ilha uma ilha insegura ou perigosa”, referiu o comandante Elias Silva, apontando que a maior preocupação reside na pequena criminalidade, assaltos.
“Quando cá cheguei, em Setembro, disse que uma das batalhas fundamentais seria dar combate à pequena criminalidade, situação que mais cria sentimento de insegurança nas pessoas. É isso que tem acontecido no Sal, mas a polícia tem estado a dar combate, ciente que Sal e Boa Vista é porta aberta para a entrada de delinquentes provenientes das outras ilhas”, acautelou.
Ao fazer essa leitura, considerando que delinquentes, criminosos, perseguidos nas ilhas de Santiago e São Vicente vêm todos para o Sal, a mesma fonte aponta pela necessidade de se fazer um combate em todas as frentes e não atacar “apenas” regiões com maior pico de criminalidade.
“Se se atacar só nessas ilhas, vêm todos para o Sal e Boa Vista… e isso é extremamente mau para o turismo”, reflectiu.
Estribando-se nos dados estatísticos, o comandante Elias disse que houve um ligeiro aumento de crimes, tendo-se registado em 2016, um total de 792 crimes contra património, contra 835 em 2017 – mais 43 delitos, o equivalente a 5 por cento -, e no que respeita a transgressões contra pessoas, os dados acusam 637 casos em 2016 e 766 ocorrências em 2017.
“Mas fazer a avaliação de crimes, comparando um e outro ano… é extremamente complicado. Qualquer comparação é enganadora”, observou, anotando que a maior parte dos crimes é praticada por reclusos saídos “de fresco” da prisão.
“Portanto, assim sendo, é preocupante. A reabilitação, reintegração social de presos tem sido muito complicada, já que a maior parte dos crimes é cometida por reincidentes”, ponderou.
Por outro lado, referindo-se que a principal preocupação deste comando, tem a ver com o número reduzido de efectivos, à volta de 126 elementos, distribuídos entre fronteira, guarda-fiscal e marítima, o comandante Elias disse que é urgente aumentar o número de policiais, de modo a poder corresponder as exigências de combate à criminalidade nesta ilha.
“Para além dos residentes, Sal e Boa Vista recebem maior parte de turistas que vêm para Cabo Verde e circulam para toda a ilha, o que implica trabalho e ronda das forças por todos as zonas e litorais. E, com um número reduzido de efectivos não é possível. É extremamente urgente aumentar o número de efectivos ao Comando do Sal”, concluiu.
SC/CP, por:Inforpress
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