O director Nacional da Polícia, Emanuel Moreno, garantiu hoje que houve uma diminuição da criminalidade durante os dois dias de greve, concretizado a nível nacional pelos agentes da polícia nacional.
Sobre a situação criminal, os dados registados durante esses dois dias apontam para uma redução de número de casos em comparação com os outros dias, segundo a mesma fonte.
No que concerne a casos de roubos, informou que em média por dia registam-se quatro casos, mas no primeiro dia da greve registaram três casos e no segundo dia houve seis roubos, uma situação que considerou “normal”.
Apesar da falta de efectivos nas unidades, Emanuel Moreno assegurou que os serviços funcionaram “normalmente” e que os serviços mínimos foram garantidos.
“As unidades procuraram atender todas as demandas com as dificuldades que tivemos. Nesses dois dias a população ajudou e muito, porque mesmo a nível das ocorrências e das chamadas para o número 132 em relação aos outros dias foram reduzidos”, disse.
Conforme apontou, nos dias normais o serviço do piquete, na Cidade da Praia, recebe em média 69 a 70 chamadas/dia, mas no primeiro dia da greve receberam 39 e no segundo, 40 chamadas.
De acordo com os dados da DN recolhidos em todas as unidades através dos respectivos comandantes, no primeiro dia da greve, dos 609 efectivos escalados pelos diferentes serviços e unidades operacionais 59 por cento dos agentes marcaram presença nas unidades de serviços e houve uma aderência à greve de 40%.
Já no segundo dia, dos 621 efectivos escalados foi registado uma presença de 54% dos agentes nas unidades e houve uma adesão de 45.8% à greve.
No terceiro e último dia, dos 642 efectivos escalados 360 apareceram nos seus postos de trabalhos e apenas 43,9% aderiram à greve.
O director Nacional da Polícia diz estranhar o facto de o Sinapol apresentar uma adesão à greve de 99%, sabendo que a nível dos serviços nas unidades operacionais o serviço da Direcção de Estrangeiros e Fronteiras funcionou na Cidade da Praia e na ilha do Sal, o Comando Regional de Santa Catarina não aderiu à greve e o Comando da Polícia Marítima não aderiu, excepto “um ou outro efectivo” na Ilha de São Vicente.
Com as manifestações feitas no primeiro e último dia da greve, notou-se a falta de agentes fardados para acompanhar a marcha nas ruas e isso acabou por causar algum distúrbio no trânsito..
Segundo o director Nacional da Polícia, a PN não foi informada pela Sinapol que se iria fazer uma marcha ou manifestação, por isso considerou essas manifestações de ilegais.
“Sendo polícias estávamos a acreditar que ordeiramente poderiam fazer uma passeata sem criar constrangimentos no trânsito, mas acabamos por colocar o pessoal disponível e, inclusivamente oficiais, junto do cortejo para minimizar os constrangimentos provocados pela passeata”, disse, acrescentado que esses distúrbios acabaram por “beliscar a imagem da polícia”, por isso os responsáveis serão assacados posteriormente.
Emanuel Moreno garante que vão continuar a trabalhar para criar todas as condições necessária para motivar os efectivos, como melhores condições nos trabalhos, nas unidades, desde fardamento, dos meios autos e dos meios operacionais, e também vão continuar a resolver os problemas pendentes como promoções e progressões.
“Já temos no orçamento o valor que poderá satisfazer em parte, porque são muitos os problemas, mas também continuaremos junto da tutela a batalhar para conseguir mais meios de forma a motivar o pessoal, mas também trabalhar uma melhor organização dos nossos serviços”, sublinhou.
Emanuel Moreno reconhece que o aumento salarial faz todo o sentido, devido aos riscos que a polícia corre, mas pede paciência aos agentes, uma vez que, segundo disse os recursos não abundam no país.
AM, por:Inforpress
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