A líder da bancada parlamentar do PAICV (oposição), Janira Hopffer Almada, apelou hoje, em São Domingos, ao Governo que acelere as medidas de emergência face ao atraso das chuvas.
A presidente do PAICV realçou, igualmente, que é importante também que as câmaras municipais se desloquem ao terreno para analisar e fazer levantamento da situação mais complicada e tomem imediatamente as medidas complementares, visando apoiar as famílias cabo-verdianas mais carenciadas.
Na ocasião, aproveitou para enviar uma mensagem de encorajamento ao todos os agricultores de Cabo Verde face à situação que enfrentam neste momento.
“É com muita tristeza que constatamos que as chuvas ainda não caíram. E para Cabo Verde é uma situação extremamente preocupante. Muitas famílias dependem das chuvas para poderem ter a sua garantia de sustento”, manifestou Janira Hopffer Almada.
A deputada disse ainda que “muitas famílias cabo-verdianas, sobretudo as mais carenciadas, já estão a ficar com uma grande preocupação por causa da falta da chuva que vai causar o aumento do preço dos produtos essenciais no mercado.
O Governo já anunciou que vai implementar o plano de emergência de salvamento de gado e de mitigação da seca num montante de cerca de 800 mil contos, tendo em conta o “mau ano agrícola” em perspectiva.
A informação foi avançada pelo ministro do Ambiente e Agricultura, Gilberto Silva, que inicia visita a vários concelhos do interior da ilha de Santiago acompanhado pelo representante do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Rémi Nono, para avaliar a situação do ano agrícola, marcado pela escassez de chuva.
“Estamos a falar de um montante de pouco mais de sete milhões de euros (770 mil contos), é o que estamos a prever, mas ainda estamos no início. Temos um planeamento macro e depois vamos fazer o planeamento operacional bastante territorializado, muito concreto”, disse o ministro, indicando que o plano de emergência vai ser aprovado a tempo e vai mais cedo do que costuma ser, isto para possibilitar uma maior organização possível das intervenções e mobilização de recursos.
Conforme explicou Gilberto Silva, as grandes medidas deste plano vão para o salvamento do gado, gestão adequada dos recursos hídricos, e para a criação de oportunidades de emprego para as famílias que não vão poder usufruir de nenhuma produção agrícola.
O ministro estima que 17.200 famílias, cerca de 62% das famílias rurais, serão diretamente afectadas pelo mau ano agrícola em 2017.
“O plano vai ter um caráter concreto nos concelhos de modo a podermos mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola”, acrescentou, indicando que se deva estabelecer uma zona de pastoreio e distribuição de efectivo pecuário. por:Inforpress
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