“Clovis Graziani da Lomba” mais conhecido por “Ga da Lomba aka Ga Pizada” nasceu na cidade da Praia, Cabo Verde
Desde muito cedo começou a minha paixão pela música, e na escola primaria do Lavadouro eu já tinha decido que ia ser um artista. Fisicamente aparento muito o meu pai e muitos até nos chamavam de clones, quando ele vinha de férias era um dos momentos mais felizes da minha infância não só por causa da distância mas principalmente da falta de uma presença masculina (protetor...), mas mesmo assim a minha mãe e a minha avó fizeram um trabalho extremamente brilhante em me educar. Ainda me lembro da primeira vez que eu me denominei por “Ga Pizada”, foi no Liceu Domingos Ramos numa época de muita influência de musica estrangeira principalmente EUA em que os artistas se denominavam por Heavy (Heavy D/ Heavy H) e decidi que o meu seria em Kriolo, deixava a minha marca por onde eu passava, principalmente no liceu onde eu estudava (LDR). Nessa época eu já tinha começado a compor música mas ainda não tinha divulgado a muitas pessoas, por falta de confiança e muita vergonha que pouco a pouco ia me soltando.
Através de um convite de um amigo integrei um grupo de rap de nome Black Star, que passou a ser a New Generation, Top Star, NPNG e por último o conhecido grupo Black Stone. Nessa altura o hip hop era algo de novo e estranho na nossa sociedade. Eu e um amigo de infância trocávamos cassetes e traduzíamos as músicas inglesas de forma a compreender as mensagens o que nos ajudava muito tanto no inglês como as mensagens. O meu rapper favorito era 2pac, Dmx, Onix, Black Side, Ice Company, Djedje e Mito.
O primeiro show que fiz na minha vida aconteceu no Liceu Domingos Ramos foi mesmo difícil vencer a vergonha, enfrentar o público que durante o show todo não consegui encarrar, mas foi uma experiência inesquecível, que depois dali em diante, foi mais fácil pois já fazíamos shows nos diferentes bairros da capital.
No 11o ano do liceu fui para os EUA onde passei a conhecer melhor a cultura de Hip Hop e um domínio fluente da língua inglesa o que me levou a ser mais selectivo perante os meus ídolos do Rap, nos EUA fiz parte de um grupo que se denominava de Tropa de Cabral mas nunca levamos o rap a sério prova disso e que nunca gravamos uma única música, fazia mais free styles no nosso bairro, e em festas e a única música que eu gravei nos EUA foi no “Nefariouz Records” Studio de um amigo.
Depois de alguns anos nos EUA voltei para Cabo Verde onde comecei a levar a música com maior seriedade, passei a ter mais tempo em Studio mas concretamente Az Records, o estúdio do Azaiaz, dali saiu o primeiro trabalho discográfico em que participei no projeto - Hip Hop Praia - uma compilação de vários artistas e naquele tempo eu fazia parte do grupo Diplomatas (Ga Pizada y Hiano MC) onde participei em dois tracks. Depois de alguns singles a solo fazendo shows na ilha de Santiago, juntamente com o colega e amigo Ste, fiz um dueto num mixtape intitulado - Capacidade de Muda - e logo depois apostei numa carreira solo onde gravei o meu primeiro trabalho intitulado - Sec XXI.
Desde então estive afastado por algum tempo, e sem fazer parte de projetos mas nunca deixei de fazer músicas e de planear a minha carreira. Também passei por momentos difíceis na minha vida devido ao consumo de drogas, que nunca escondi e tem sido uma batalha diária superar, que com muito esforço por um tratamento e hoje vivo em recuperação numa luta que é continua, e que a sociedade já conhece através do projecto “Nunca Experimentar” que estou a levar a todos os liceus de cabo verde.
Durante a minha vida estudei e fiz o ensino secundário, fiz também uma formação Professional na área manutenção e instalação de sistema informático, na área de cozinha nível IV, guia turístico e compro e revendo vestuários e calçados.
Voltando a musica, em 2016 lancei os singles Agradecimento, e Mama Perduam (ambos singles do meu mixtape “Lomba na Mixtape”, este ultimo mereceu uma nomeação nos prémios CVMA desse ano, e após isso não mais parei, tendo participado do programa Casa do Lider (no qual fui finalista e vencedor do projecto social com “Nunca Experimentar), e lancei em 2017, o meu 2o álbum “Dupla Personalidade – Pizada vs DaLomba”, que esta a tocar em todas as rádios e plataformas digitais.
Acredito que o limite é o ceu!
COMMENTS