nem toda a musica é arte e a arte é um dos expoentes máximos da representação de uma cultura
"C4 Pedro Cabeça de cartaz dum festival Simbolico Caboverdiano:
Hoje acordei em mais uma conversa eu e o meu compadre Carlos Ara-phat Fernandes.
Nessa conversa falávamos de artistas cabo-verdianos que até vão usufruindo da exposição e plataforma para fazerem de seus talentos seu ganha pão, se queixando porque queriam mais.
Os "cabeças" do mercado de verdade constroem suas lobbies onde se fecham e nada fazem para estimular a apresentação de novos talentos, ou promover a oportunidade necessária a outros criativos talentosos para que juntos tenhamos muito mais força.
Essa força seria a consequência de mais qualidade, mais diversidade, onde a cultura, o povo e a economia do país beneficiariam muito mais.
Entre estes populares existe muito a pratica do cuspir no prato que se comeu ou morder a mão de quem lhes deu de comer, O POVO, devido a psicologia autodestrutiva africana que se move sem se aperceber com falta de autoestima, o povo africano de verdade não se valoriza porque aprendeu a ver-se pelos olhos da sociedade dominante.
Povo este a quem recorrem sempre que precisam de mais fama, mais dinheiro, povo este que sem este talvez muitos nem teriam seguido carreiras no mundo do entretenimento.
Ainda me lembro do tempo que nem sabia de verdade a identidade artística e cultural de muitos destes que já cantavam, sim porque seu discurso não era seu povo, suas origens e seu orgulho AFRICANO.
Uma grande maioria está nisto pelo dinheiro, obviamente temos de usar o melhor que podemos para fazer-mos nossas vidas nesta sociedade capitalista, mas ser um artista é muito mais que isso, ser um artista é carregar uma responsabilidade que infelizmente a maturidade social que temos não permite que o indivíduo comum com talento compreenda o seu papel.
Tudo no nosso povo é movido pelo interesse individual ou de grupos, não pelo interesse colectivo cultural do POVO, falo do POVO AFRICANO.
Tudo é emoção, tudo é pessoal, tudo é disputa, tudo é competição, competição essa que seria extraordinária se esta promovesse o melhor de um povo para se posicionar no mundo e não o melhor que interesses cruzados e lobbies podem apresentar.
Serão estes novos artistas que hoje são populares capazes de fazer o trabalho que se exige dum representante dum povo tão demonizado como o povo africano?
Terão estes novos artistas a espiritualidade, a sabedoria, a elevação e a essência necessária não só em suas musicas mas em seu conteúdo e em suas mentes, para serem porta vozes de um povo que PRECISA SER OUVIDO E RESPEITADO PELO MUNDO??
Insisto em sempre sublinhar que nem toda a musica é arte e a arte é um dos expoentes máximos da representação de uma cultura, os europeus que o digam..
Muito do que analiso, esta nova nata popular da musica não incentiva a colectividade, são ausentes de opinião própria sobre assuntos pertinentes e importantes relacionados com o todo , o seu povo, porque a arma mais valiosa de uma artista popular é a influencia da sua voz e como a usa, não o seu dinheiro e quantas pessoas ajuda ou compra com ele.
Na luta da libertação do africano das mãos da tirania que lhe subjuga até os dias de hoje a mensagem, a consciencialização e a promoção da união e a justiça são armas muito mais poderosas do que qualquer investimento individual de caridade que se possa fazer..
A Verdadeira e sincera união entre os criativos da mesma área é necessária para se elevar todo um povo, o POVO AFRICANO, promovendo a igualdade de oportunidade, a justiça e a equidade.
Tudo o que vamos vendo hoje são estratégias para beneficio próprio que a longo prazo se projecta nas mentes da maioria que constitui o povo, e duma forma muito complexa o universo lá vai moldando o mundo á realidade dos corações que por interesses próprios vão vibrando numa frequência movida pelo individualismo que vai manipulando e moldando toda uma mentalidade social para beneficio de uma minoria.
Dito isto, a conversa fez-me lembrar de estar a ler por ai o desagrado do público cabo-verdiano, obvio, que não pelos gostos mas pelo sentido da "coisa" acharem que não fez nenhum sentido o C4 Pedro ser cabeça de cartaz dum festival tão simbolicamente cabo-verdiano.
Mas este post não é para julgar essa atitude, será para falar de senso, desorganização e de desunião do nosso povo africano, neste caso a comunidade Palop.
Ao C4 Pedro só podemos congratular pelo seu trabalho conseguido até hoje e o investimento financeiro de entidades angolanas para fazer dele uma referencia do nosso mercado e uma mais valia da cultura angolana em suas estratégias de promover uma boa imagem pelo mundo .
Muito mais do que fazer sentido estas coisas são movidas por economia e conflitos de interesses também políticos e há muito que só o talento deixou de ser o factor mais importante para o sucesso de uma carreira.
Duas coisas que não talento são tão importantes e hoje mais até que o talento, são a equipa e o investimento, estas duas coisas normalmente têm de navegar dentro das "políticas" do mercado onde querem exercer influencia.
Em angola sei que até á data nenhum artista da nova geração Cabo-verdiano teria tal destaque e privilégio em um evento culturalmente angolano e ai reside o problema.
O problema não é porque é que o C4 Pedro foi cabeça de cartaz dum festival simbólico cabo-verdiano, o problema é exactamente o porque é que não se torna normal este tipo de intercâmbio entre os dois países sendo que somos só um povo, O POVO AFRICANO
Por também ser um artista posso adiantar que partiu da política da industria angolana uma certa estratégia nacionalista, que não acho má de todo até que estas medidas choquem com o interesse colectivo do povo africano e aumentam a distancia do afecto entre povos irmãos, criam resistências e anticorpos na relação entre nossos povos que depois no indivíduo comum se faz notar no seu dia a dia, na forma como fala, sente e vê outro irmão..
Os artistas cabo-verdianos deviam ser um pouco mais humildes em relação á união que será necessária para sermos os grandes que um dia fomos, hoje nos tornamos seguidores e já fomos criadores de modas.
Somos um dos países do mundo com mais musicos per capita e uma vez retomado os nossos títulos antigos na comunidade palop pelo talento que o povo cabo-verdiano tem para fazer musica, uma vez rastreado e encontrado de verdade os futuros GRANDES deveria ser prioridade máxima encurtar as relações com os outros criativos e mais valias das comunidades irmãs, Portugal, Angola, Guiné, São Tomé e Principe, Moçambique e Brazil para que toda uma comunidade se possa LEVANTAR PELO MELHOR E SE APRESENTAR COMPETITIVA ....
SÓ CONSEGUIREMOS UNIDOS, O MELHOR DO MELHOR A CAMINHAR PARA O SUCESSO COLECTIVO.
Deixo-vos esta pergunta no final:
O povo elege quem os representa, destes que o povo torna popular quais de verdade carregam na sua voz, coração, discurso e musica a luta do seu povo, O POVO AFRICANO???
#Cultiva"
por: RaHiz
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