Um bom Padjinha. com, por Mario Loff
O patrão deu cinco chupo de pura bula para o interior da cabeça e fechou os olhos por dois minutos, e respirou o fumo pelo nariz. - Que bom, isso me lembra muita coisa, disse ele.
-O quê que se passa com o patrão? Perguntou um dos empregados. E o outro que foi-lhe retirado a bula disse.
-até que o patrão com a bula na boca da aparência do Mota quando cantou "Mi ku fome mi é pior ki dJukuim" "sasarikandu ven sasarikandu vai" em pleno Baía das Gatas.
Abriu os olhos o patrão e a primeira coisa que ele fez foi sorrir, e logo o sorriso contagiou o resto do pessoal, e ele disse tossindo.
-pessoal, não fumem esta coisa, deixa nos fixe e é bom, mas tem mais desvantagens do que vantagem. Retirou mais um fumo e pediu ao funcionário se pudesse ficar com a restante da bula, o que ele aceitou fazendo o sinal com a cabeça.
Os funcionários ficaram contentes com os efeitos de padjinha já que receberam algumas palavras e um rasgado sorriso do patrão, coisa que os motivaram a terminarem de fumar a benfeitora bula, mas continuaram a pensar sobre os efeitos do uso da padjinha.
O patrão naquele dia trabalhou com tanto sorriso que em trinta anos de serviço não tinha sido registado muito daquele momento. No dia seguinte, o patrão ficou espantado ao ler o relatório do dia anterior. É que foi o dia de maior produção na fábrica em trinta anos de funcionamento. Pegou no telefone e ligou directamente para o funcionário mais antigo e disse.
-por favor esqueçam daquilo que tinha-vos dito, podem continuar a fazer aquilo!
-aquilo o quê patrão?
-aquilo de consumo da bula! Continuou o patrão.
-patrão, posso ir até o seu gabinete?
-claro, venha.
O patrão pousou o telefone e com um ar de satisfação por ter descoberto o milagre da produtividade. Antes de se recompor alguém bateu na porta e ele ordenou que entrasse.
-bom dia patrão, espero que estejas no seu melhor dia e que esteja tudo bem na paz de Deus.
-olha deixa Deus de lado, eu só quero vos autorizar a estarem a vontade naquilo a partir de hoje.
O funcionário ouviu com muita atenção e com alguma mágoa e respondeu ao patrão dizendo.
-Patrão, eu sei que ontem a empresa produziu muito, e ainda há-de produzir, mas, não pense que foi o efeito da bula, porque nós já usávamos a bula muito antes de virmos trabalhar aqui, sabes o quê que nos motivou ontem? É que pela primeira vez falaste connosco distribuiu alguns grãos da sua simpatia connosco, pela primeira vez sentimos que tu és humano como nos, só isso.
O funcionário, saiu e bateu a porta deixando o patrão em absoluto estado de silêncio. Apanhou o telefone e telefonou a senhora do Font off e disse.
-senhora Conceição, preciso que me providencie umas bulas urgentemente, agora sou eu é que preciso.
O patrão pousou o telefone e descansou na sua cadeira, lamentando.
-como é bom a bula, num dia que eu descobri o quanto fui um grande palerma.
Mario Loff
COMMENTS