Meu bendito Bedforde marcaste a minha meninice, e a vida dos meus amigos de infância.
Bedford, foi um grande fabricante de veículos do Reino Unido, com grande número de vendas de exportação de veículos ligeiros e pesados em todo o mundo. Na verdade, por vários anos Bedford foi a empresa mais lucrativa da Geral Motors na Europa, dado à qualidade do seu motor muito resistente, que desafiava às irregularidades das estradas cabo-verdianas.
Só cheguei a conhecer Bedford, nos anos de 1977, quando os famosos condutores e os seus ajudantes empenhados iam à Ponta Lagoa, zona das peixeiras e do açougueiro Senhor Pina di Nóba, que comprava animais, ou quando carregava Bedford de pele para a sua comercialização na cidade da Praia, mas de vez enquanto, traziam grades dos Lisboetas ou imigrantes que chegavam de S. Tomé e Príncipe que traziam mesas, pilão, pau de cor castanho que dizem ser material de azeitona.
Não posso de forma alguma me esquecer dos nomes emblemáticos que estavam associados ao Bedford, sejam Proprietários, condutores, ajudantes e nomes de alguns dos camiões, “Bestona, S. Simão d Ajuda, É bu fé, Camaradinha, etc. e dos condutores como: Àlvi Pónga, Náná di Francéza, Ntoninho Zabedeu, Jorgi Nobinha, Maluco, Féfa Branca, Ntóni Bomberu, etc. e os seus ajudantes como Tóli, Cololo, Armando, Mílo, Pikinoti.
Nem sempre, as coisas correram bem ao volante de Bedford, noticias tristes chegaram ao Tarrafal, envolvendo nossos condutores, com acidentes e perdas de vidas humanas.
Ainda criança lembro-me do acidente em descida Sanches, envolvendo Bedford do Senhor Álvi di Ponga e um senhor Militar de nome Virgílio que ía de moto com a esposa.
Lembro-me ainda de um outro acidente na estrada de Biscaínhos, que vitimou o próprio condutor muito querido Náná di Franceza, ao volante.
Já mais crescido lembro-me do acidente ocorrido em Santa Cruz, aquando da visita do Presidente da República de Conacry Senhor “Socuturé”, em que, do Tarrafal foram muitas pessoas para o desfile houve acidente com Bedford do Senhor Dunga de Chão Bom, provocando vários ferimentos que deixaram marcas profundas na vida dos nossos queridos amigos Zepas, Carlos, Zéca Carrasco.
Já nos anos de 1980, o Bedford do senhor Mózo de Achada Moirão, teria um acidente na mesma zona com o condutor da Vila, vitimando o jovem Maluco de nha Candinha.
Pergunto-me a mim mesmo porque tanta admiração e respeito por esta marca e pessoas que vivenciavam a faina sobre rodas que levantavam no cantar de galo e regressavam à casa quando as galinhas já tinham-se deitado?
A resposta chegou, é que o meu saudoso pai, era funcionário público e a sua transferência era com muita frequência, que aprendi a conhecer os carros de carreira, porque todos os sábados ficava ao pé da casa de Ina Brisa em Alto Estrada para ver o seu regresso à casa, meu herói, meu ídolo, meu amigo.
De todos os Bedfordes, nós a garrotada de Ponta Lagoa, gostávamos da Bedfordinha do Senhor Ambrósio “Camaradinha”, que era para nós como um animal de estimação. Havia uma solidariedade e prestação de serviço gratuito por parte do condutor e dos ajudantes, que eram deficientes, Calú de Alice, Tatai, Gusta, que permitia a nossa entrada na carroçaria, sem que o carro parasse.
Meu bendito Bedforde marcaste a minha meninice, e a vida dos meus amigos de infância.
Manhol de Kinka
Só cheguei a conhecer Bedford, nos anos de 1977, quando os famosos condutores e os seus ajudantes empenhados iam à Ponta Lagoa, zona das peixeiras e do açougueiro Senhor Pina di Nóba, que comprava animais, ou quando carregava Bedford de pele para a sua comercialização na cidade da Praia, mas de vez enquanto, traziam grades dos Lisboetas ou imigrantes que chegavam de S. Tomé e Príncipe que traziam mesas, pilão, pau de cor castanho que dizem ser material de azeitona.
Não posso de forma alguma me esquecer dos nomes emblemáticos que estavam associados ao Bedford, sejam Proprietários, condutores, ajudantes e nomes de alguns dos camiões, “Bestona, S. Simão d Ajuda, É bu fé, Camaradinha, etc. e dos condutores como: Àlvi Pónga, Náná di Francéza, Ntoninho Zabedeu, Jorgi Nobinha, Maluco, Féfa Branca, Ntóni Bomberu, etc. e os seus ajudantes como Tóli, Cololo, Armando, Mílo, Pikinoti.
Nem sempre, as coisas correram bem ao volante de Bedford, noticias tristes chegaram ao Tarrafal, envolvendo nossos condutores, com acidentes e perdas de vidas humanas.
Ainda criança lembro-me do acidente em descida Sanches, envolvendo Bedford do Senhor Álvi di Ponga e um senhor Militar de nome Virgílio que ía de moto com a esposa.
Lembro-me ainda de um outro acidente na estrada de Biscaínhos, que vitimou o próprio condutor muito querido Náná di Franceza, ao volante.
Já mais crescido lembro-me do acidente ocorrido em Santa Cruz, aquando da visita do Presidente da República de Conacry Senhor “Socuturé”, em que, do Tarrafal foram muitas pessoas para o desfile houve acidente com Bedford do Senhor Dunga de Chão Bom, provocando vários ferimentos que deixaram marcas profundas na vida dos nossos queridos amigos Zepas, Carlos, Zéca Carrasco.
Já nos anos de 1980, o Bedford do senhor Mózo de Achada Moirão, teria um acidente na mesma zona com o condutor da Vila, vitimando o jovem Maluco de nha Candinha.
Pergunto-me a mim mesmo porque tanta admiração e respeito por esta marca e pessoas que vivenciavam a faina sobre rodas que levantavam no cantar de galo e regressavam à casa quando as galinhas já tinham-se deitado?
A resposta chegou, é que o meu saudoso pai, era funcionário público e a sua transferência era com muita frequência, que aprendi a conhecer os carros de carreira, porque todos os sábados ficava ao pé da casa de Ina Brisa em Alto Estrada para ver o seu regresso à casa, meu herói, meu ídolo, meu amigo.
De todos os Bedfordes, nós a garrotada de Ponta Lagoa, gostávamos da Bedfordinha do Senhor Ambrósio “Camaradinha”, que era para nós como um animal de estimação. Havia uma solidariedade e prestação de serviço gratuito por parte do condutor e dos ajudantes, que eram deficientes, Calú de Alice, Tatai, Gusta, que permitia a nossa entrada na carroçaria, sem que o carro parasse.
Meu bendito Bedforde marcaste a minha meninice, e a vida dos meus amigos de infância.
Manhol de Kinka
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