Morreu a antiga glória do futebol cabo-verdiano, Luís Bastos, aos 75 anos de idade. Foi considerado por Jorge Carlos Fonseca o mago da bola, ou então do “Pélé” de Cabo Verde. Várias outras personalidades destacam igualmente as qualidades técnicas e humanística deste futebolista.
“Luís Bastos, a figura mítica do futebol, com a sua genialidade e os seus mistérios, com o seu perfume ímpar e também as suas «manias», mas, sobretudo, um jogador como poucos pôde ter Cabo Verde. Não terá potenciado tudo o que poderia ter oferecido e mostrado, por vezes por motivos aparentemente menores; mas igualmente o país, sobremaneira o país desportivo, não lhe reconheceu o que ele, na sua grandeza, mereceria”, descreve.
Fazendo uma volta ao tempo, Fonseca lembra o tempo em que ele e centenas de miúdos brigavam para lhe carregar as botas até o Estádio da Várzea. De referir que, enquanto Presidente da República, este condecorou o atleta, no passado dia 05 de Julho, com a Primeira Classe da Ordem do Mérito enquanto “maior futebolista cabo-verdiano de todos os tempos e grande glória do desporto”.
Bastos era referenciado como um dos maiores goleadores de sempre do futebol cabo-verdiano. Costuma contar, em entrevistas, que marcou mais de 300 golos. Ao longo da sua carreira futebolística, jogou nas equipas da Académica, Boavista, Sporting, Travadores e Vitória. Teve ainda uma passagem pelo Sport Lisboa e Benfica, na altura treinada por Bela Gutmam, junto com Eusébio e Coluna. fonte:asemana
Palavras de Jorge Fonseca: "Dão-me agora uma notícia que me abala profundamente: faleceu Luís Bastos. Desapareceu o grande mago da bola, o «Luigi», o nosso «Pélé», o grande ídolo da infância e da adolescência.
Luís Bastos, a figura mítica do futebol, com a sua genialidade e os seus mistérios, com o seu perfume ímpar e também as suas «manias», mas, sobretudo, um jogador como muito poucos pôde ter Cabo Verde. Não terá potenciado tudo o que poderia ter oferecido e mostrado, por vezes por motivos aparentemente menores; mas igualmente o país, sobremaneira o país desportivo, não lhe reconheceu o que ele, na sua grandeza, mereceria.
Eu que, na infância, era um de centenas de miúdos que brigavam para lhe carregar as botas até o Estádio da Várzea; eu que,como Presidente da República, o condecorei, no ano passado, pelo 5 de Julho, com a primeira classe da ordem de mérito, de alguma forma a procurar reparar uma injustiça, num ambiente de festa mas de muita emoção, com as lágrimas a escorrerem pela face fustigada do génio da bola, o «Bastings».
Uma tristeza funda atravessa a minha alma neste momento. Morreu uma das grandes referências de minha história de vida, também feita destas coisas singelas, lindas, da bola. Morreu o eterno LUÍS BASTOS!
As minhas mais sentidas condolências aos familiares, aos verdadeiros amigos, aos admiradores do nosso «Pélé»."
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