A pequena Gilvânia Lopes Brás, 11 anos, que sofreu queimaduras graves no couro cabeludo e perdeu a perna direita num incêndio doméstico ocorrido em Dezembro de 2014, sonha ganhar uma prótese e voltar a ter uma vida o quanto possível normal.
“Cheguei a receber uma prótese, mas nunca consegui usá-la por ser demasiado pesada”, conta a menina que estuda o 2º ano do EBI mas que sonha fazer uma formação profissional e ajudar os pais no futuro. Outro desejo acalentado por esta criança é encontrar um médico que se interesse pelo seu caso, assim como entidades públicas que cuidem das suas necessidades básicas.
Como quem procura alcança, Gilvânia espera contar com o apoio de todos. O primeiro sinal de solidariedade veio do Grupo Amizade Cabo-Verdiana, em Luxemburgo, que, sensibilizado com as notícias divulgadas nas redes sociais sobre o estado físico e emocional desta criança, juntou-se à causa. No âmbito do projecto “Unidos para Servir”, promoveu no passado dia 17, no “Basic-Fit” de Bereldange, uma aula de spinning (bicicleta fixa) para angariação de fundos. Os valores arrecadados visam ajudar na aquisição de uma prótese e apoiar a criança nas suas demais necessidades básicas, conforme informações fornecidas pela directora do Departamento Social desta organização, Elisabeth Montrond.
Montrond relata que Gilvânia tinha 9 anos quando aconteceu o acidente. Membro de uma família carenciada, vive com a sua avó porque, segundo a mesma fonte, a mãe é alcoólatra e o pai está preso. “No incêndio faleceu o seu irmão com apenas 11 meses de idade e Gilvânia esteve hospitalizada três meses em Cabo Verde” e depois em Portugal, “onde permaneceu 18 meses em tratamento médico. Deveria regressar a Portugal a cada seis meses, mas os fracos recursos da avó não permitem custear os tratamentos da pequena”, esclarece.
Elisabeth Montrond adverte ainda que, devido às queimaduras, o couro cabeludo da menina ficou muito sensível, sangra durante a noite e até cria larvas. “Estamos a ver se ela seja pode ser avaliada de novo por uma equipa médica e saber quais são os tratamentos que ela precisa para que possamos ajudá-la”, realça esta responsável da Amizade Cabo-Verdiana em Luxemburgo. A organização, oficialmente criada só em 1987, tem estado desde a década de 1970 a fazer trabalhos de âmbito social, cultural, desportivo e de integração. Um dos grandes desafios da associação neste momento é ajudar a pequena Gilvânia a concretizar os seus desejos, dentre eles a sonhada prótese.
Celso Lobo, fonte:asemana
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