Chama-se Marlon Neves Rocha, tem 8 anos e é DJ. Apesar de ser ainda um miúdo, sempre que pode está perto do computador e da mesa misturadora de sons para mostrar o seu talento e pôr as pessoas a vibrar com as suas músicas mix.
Tudo começou com a curiosidade que levava “Rossy” a mexer na aparelhagem de DJ com que o seu tio Ai de Pina trabalha. O miúdo tentava imitá-lo criando os seus próprios “bits” e conseguiu surpreendê-lo. Então, o tio DJ decidiu ensinar-lhe alguns segredos da profissão. Hoje Marlon, que já conta com uma lista de “bits” feitos, recebe convites para tocar em festas de professores, colegas e moradores da sua zona.
“Desde que tenho 5 anos que comecei a ter curiosidade para trabalhar com músicas e a treinar sozinho. O meu tio é DJ e eu costumava ouvir as músicas que ele produzia. Imaginava que era eu a fazê-las. Depois comecei a imaginar-me como DJ e a treinar sozinho até que consegui fazer os meus primeiros sons. Quando completei oito anos, o meu tio perguntou-me se queria mesmo aprender aquilo! Ainda recordo as minhas tentativas de fazer o som, mas foi só depois de algumas dicas dele que consegui fazer o que queria”, conta Marlon.
A mãe, Lily Faria, acrescenta que já aos três anos Marlon fazia “batidas com a boca brincando de ser DJ” e chegou a fazer as suas próprias colunas de pau para essa brincadeira. Mas Marlon já não recorda qual foi o seu “primeiro bit”. Lembra apenas que desde pequeno faz misturas de afro-house, zouk e mixagem de músicas infantis. O menino, que no próximo ano lectivo vai estudar o 5º ano, diz que sonha ser DJ profissional e enquanto espera realizar o sonho gostaria de ter uma mesa de som para poder trabalhar as músicas de forma mais profissional e divulgar o seu trabalho na internet.
“Já perdi a conta dos “mixes” que fiz. Normalmente dou-lhes nomes. Gostaria de lançar os meus trabalhos na internet, mas não consigo porque, para isso, preciso ter esses aparelhos em casa. Não temos recursos, o pouco dinheiro que há é para comprar bens essenciais”, lamenta este menino, que promete nunca desistir do seu sonho.
Por agora, conta com o computador do avô Djô e com a instalação do DJ virtual para as suas criações, como explica: “Primeiro imagino os sons, como se os tocasse na minha mente. Depois tento reproduzi-los. Vou ao computador e tento fazer os mixes. Outras vezes oiço os trabalhos de outros DJs e tento repeti-los, mas de forma diferente, com um toque meu. Nunca fica igual, porque se alguém tem o seu som não é correcto copiá-lo. E nem se consegue. Se resultar no meu gosto, gravo-o. Aposto em mix e entradas. Por enquanto não sou muito experiente em fazer outros tipos porque não tenho mesa de som. Gostava de ter uma, porque assim fazia uma carreira melhor, com mais meios”.
O DJ Rossy explica que aos fins-de-semana tem mais energia e concentração para fazer os seus sons e conta que já começa a pensar em trabalhar de forma mais séria em mesas de som. Confessa que gostaria de um dia poder mostrar o seu talento no MindelHotel, em festas com um maior número de pessoas e fazer vibrar os presentes. Mostra ter ambição e garante que pretende desenvolver este seu dom pela mixagem de sons. “Um desses dias vou pedir a mesa de som a um outro tio para fazer os meus trabalhos. Por enquanto, vou-me desenrascando no computador. Aprendi muito do que sei sozinho. Ninguém me ensinou no início”, diz este pequeno DJ que sonha ser profissional de sons.
Vanina Dias, fonte:asemana.publ.cv
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