Djamila Correia e Silva, 19anos, é medalha de prata no campeonato africano juniores de Judo
Após o feito da medalha de prata no Campeonato Africano de Juniores de judo, na categoria -52 kgs, a página da DGD quis dar a conhecer um pouco melhor desta jovem campeã. Contamos trazer uma entrevista semelhante com a outra campeã, a medalha de bronze, Wilsa Gomes, nas próximas horas.
Nesta entrevista fique a saber um pouco mais sobre a atleta e as suas aspirações.
1 Acabas de vencer a medalha de prata num campeonato africano de judo. Não é a tua primeira medalha internacional, mas será das mais importantes. Qual é a sensação?
Foi muito importante para mim pela dimensão da prova e por não ter assim tanto ritmo competitivo. Após mudar de país e portanto, de clube, esta foi uma alegria que me trouxe a motivação que precisava neste momento.
2 Qual era o teu estado de espírito ao entrar nessa competição? Acreditavas que podias chegar tão longe ou foi uma surpresa para ti?
Eu pensei que tinha de dar o meu melhor para não me desiludir. Tinha de acreditar porque a vertente psicológica pode jogar contra nós se cultivarmos pensamentos negativos.
3 Quais foram as principais dificuldades neste importante campeonato? O primeiro combate, contra a atleta marroquina, que era forte sobretudo a nível de resistência, foi um combate bastante desgastante a nível físico.
O mais difícil foi manter a concentração e gerir a vantagem (pontuação) até ao final do combate.
4 Quais os teus objectivos para o futuro no judo? Estarão as olimpíadas de 2020 no teu horizonte?
Apesar de ter ambições no Judo, faço-o exclusivamente porque gosto e por tudo de positivo que a modalidade me traz. É uma modalidade muito competitiva, portanto todos pensamos nessa vertente, em competir e procurar resultados.
Os Jogos Olímpicos são os eventos mais mediáticos e importantes que existem, e pertencem de certa forma ao imaginário de qualquer atleta.
Mas para isso é necessário qualificar-se. O foco dirige-se, portanto, em cada prova, e em cada treino. A partir daí, o futuro dirá…
5 Como é que surgiu a oportunidade de participar nesta competição?
É a primeira vez que participas num campeonato africano, ou não?
É a primeira vez. Tinha participado nos jogos africanos em Botswana que é uma prova semelhante, embora não com o mesmo peso.
A federação cabo-verdiana disse-me da possibilidade de participar na prova, e mais logo tive a confirmação de que iria participar.
6 Do teu curriculum como judoca fazem parte outras medalhas, inclusive de prata que eu sei. Lembras-te da tua primeira competição fora de Cabo Verde e quantas medalhas já conseguiste até agora?
Comecei o judo com 5 anos e as competições internacionais com 12. Apesar disso não participei assim de tantas provas fora quanto gostaria.
A primeira foi nas canárias e a segunda também. Foi uma prova a nível das ilhas da macaronésia. Creio que tenho 6 medalhas em competições em representação de Cabo Verde.
7 Atualmente és atleta do Benfica. Como foi a tua ingressão num clube desta dimensão e que impacto está a ter na tua evolução, já que terás com certeza, condições que não tinhas em Cabo Verde?
Há cerca de 2 anos tive a oportunidade de integrar o clube de Judo do Benfica. É um clube com um óptimo ambiente e sobretudo de união entre os elementos.
Aprendi imenso e sou muito grata ao clube e seus integrantes.
Antes disso eu treinava em Cabo-Verde, na ilha de Santiago, e apesar da união do clube e empenho dos atletas e treinador, não tínhamos muitas condições de treino.
Não tínhamos muitos parceiros de treino e tínhamos baixo ritmo competitivo, pois raramente conseguíamos participar em provas.
Quando cheguei tive que procurar experiência competitiva e treinar detalhes virados para essa vertente.
No entanto, o clube de onde vim e o clube a que agora pertenço foram ambos muito importantes para mim como pessoa e judoca. Aos dois, sou bastante grata.
8 Entretanto, foste para Portugal para estudar e estás no segundo ano de psicologia, se não me engano. Como é que estás a conciliar as duas coisas e qual destas é a tua maior paixão?
Eu estudo Psicologia na Universidade de Lisboa e acabei agora o segundo ano.
Considero que tem corrido bem, após o normal processo de adaptação tenho tentado adaptar à exigência que vai sempre aumentando.
Conciliar o judo com os estudos não é fácil pois o judo implica grande desgaste físico e psicológico.
Até agora tenho conciliado. Espero também o conseguir no futuro porque é algo importante pra mim.
9 Qual é o apoio que o Estado de Cabo Verde tem dado para que possas seguir representando a nossa bandeira e como vês a evolução do judo no nosso país, sendo que fizeste a maior parte da tua evolução aqui na ilha de Santiago?
Estou ciente de que nem sempre há condições de suportar os custos das provas internacionais.
Tento dedicar-me nos treinos para que quando haja oportunidade consiga representar bem o meu país. Cresci e aprendi Judo em Santiago, e a competição mais frequente nos fazia falta. Porém, essa situação tem vindo a melhorar aos poucos.
10 Quais e/ou quem são as tuas referencias no judo?
Tenho várias referências. Treinadores e atletas. Tenho a sorte de poder observar de perto algumas das minhas maiores referências, no meu clube.
11 Como é fazer parte do mesmo clube que Telma Monteiro, uma das grandes judocas do mundo? Tens contacto com ela?
Antes de vir pra Portugal já era grande fã da Telma. Quando tive a oportunidade de integrar o Benfica foi um sonho realizado. Ter a oportunidade de treinar e conviver com uma atleta desse nível foi, e é, incrível. Juntamente com outros elementos da equipa somos um grupo muito unido e damo-nos muito bem.
12 Quem/ o que é que te motiva a seguir em frente nesta modalidade? Os meus colegas de equipa sempre foram uma grande motivação, tanto em Cabo Verde como aqui.
O clima de amizade e entreajuda que o judo proporciona traz-me imensa paz e motivação.
Além disso é algo que pratico desde criança e portanto que me remete à infância, à mesma adrenalina e vontade que sentia. Tudo isso me motiva.
13 Estás no judo há muitos anos já, apesar de ainda jovem, lembras-te como é que iniciaste e o que te levou a ir para o judo?
Iniciei o judo com cerca de 5 anos, pelo que me lembro. Tinha muita energia e precisava de uma atividade física. Fui assistir a um treino e quis logo experimentar.
14 Por último uma palavra de encorajamento àqueles que, em Cabo Verde, queiram seguir ou estejam a ingressar no judo?
O que posso dizer é que é preciso sempre ter em mente o porquê de ter escolhido essa modalidade e o quê de positivo podemos tirar dela.
Só assim conseguiremos nos manter motivados com todos os obstáculos dentro e fora do tapete que nos aparecem à frente.
fonte:DGD
Nesta entrevista fique a saber um pouco mais sobre a atleta e as suas aspirações.
1 Acabas de vencer a medalha de prata num campeonato africano de judo. Não é a tua primeira medalha internacional, mas será das mais importantes. Qual é a sensação?
Foi muito importante para mim pela dimensão da prova e por não ter assim tanto ritmo competitivo. Após mudar de país e portanto, de clube, esta foi uma alegria que me trouxe a motivação que precisava neste momento.
2 Qual era o teu estado de espírito ao entrar nessa competição? Acreditavas que podias chegar tão longe ou foi uma surpresa para ti?
Eu pensei que tinha de dar o meu melhor para não me desiludir. Tinha de acreditar porque a vertente psicológica pode jogar contra nós se cultivarmos pensamentos negativos.
3 Quais foram as principais dificuldades neste importante campeonato? O primeiro combate, contra a atleta marroquina, que era forte sobretudo a nível de resistência, foi um combate bastante desgastante a nível físico.
O mais difícil foi manter a concentração e gerir a vantagem (pontuação) até ao final do combate.
4 Quais os teus objectivos para o futuro no judo? Estarão as olimpíadas de 2020 no teu horizonte?
Apesar de ter ambições no Judo, faço-o exclusivamente porque gosto e por tudo de positivo que a modalidade me traz. É uma modalidade muito competitiva, portanto todos pensamos nessa vertente, em competir e procurar resultados.
Os Jogos Olímpicos são os eventos mais mediáticos e importantes que existem, e pertencem de certa forma ao imaginário de qualquer atleta.
Mas para isso é necessário qualificar-se. O foco dirige-se, portanto, em cada prova, e em cada treino. A partir daí, o futuro dirá…
5 Como é que surgiu a oportunidade de participar nesta competição?
É a primeira vez que participas num campeonato africano, ou não?
É a primeira vez. Tinha participado nos jogos africanos em Botswana que é uma prova semelhante, embora não com o mesmo peso.
A federação cabo-verdiana disse-me da possibilidade de participar na prova, e mais logo tive a confirmação de que iria participar.
6 Do teu curriculum como judoca fazem parte outras medalhas, inclusive de prata que eu sei. Lembras-te da tua primeira competição fora de Cabo Verde e quantas medalhas já conseguiste até agora?
Comecei o judo com 5 anos e as competições internacionais com 12. Apesar disso não participei assim de tantas provas fora quanto gostaria.
A primeira foi nas canárias e a segunda também. Foi uma prova a nível das ilhas da macaronésia. Creio que tenho 6 medalhas em competições em representação de Cabo Verde.
7 Atualmente és atleta do Benfica. Como foi a tua ingressão num clube desta dimensão e que impacto está a ter na tua evolução, já que terás com certeza, condições que não tinhas em Cabo Verde?
Há cerca de 2 anos tive a oportunidade de integrar o clube de Judo do Benfica. É um clube com um óptimo ambiente e sobretudo de união entre os elementos.
Aprendi imenso e sou muito grata ao clube e seus integrantes.
Antes disso eu treinava em Cabo-Verde, na ilha de Santiago, e apesar da união do clube e empenho dos atletas e treinador, não tínhamos muitas condições de treino.
Não tínhamos muitos parceiros de treino e tínhamos baixo ritmo competitivo, pois raramente conseguíamos participar em provas.
Quando cheguei tive que procurar experiência competitiva e treinar detalhes virados para essa vertente.
No entanto, o clube de onde vim e o clube a que agora pertenço foram ambos muito importantes para mim como pessoa e judoca. Aos dois, sou bastante grata.
8 Entretanto, foste para Portugal para estudar e estás no segundo ano de psicologia, se não me engano. Como é que estás a conciliar as duas coisas e qual destas é a tua maior paixão?
Eu estudo Psicologia na Universidade de Lisboa e acabei agora o segundo ano.
Considero que tem corrido bem, após o normal processo de adaptação tenho tentado adaptar à exigência que vai sempre aumentando.
Conciliar o judo com os estudos não é fácil pois o judo implica grande desgaste físico e psicológico.
Até agora tenho conciliado. Espero também o conseguir no futuro porque é algo importante pra mim.
9 Qual é o apoio que o Estado de Cabo Verde tem dado para que possas seguir representando a nossa bandeira e como vês a evolução do judo no nosso país, sendo que fizeste a maior parte da tua evolução aqui na ilha de Santiago?
Estou ciente de que nem sempre há condições de suportar os custos das provas internacionais.
Tento dedicar-me nos treinos para que quando haja oportunidade consiga representar bem o meu país. Cresci e aprendi Judo em Santiago, e a competição mais frequente nos fazia falta. Porém, essa situação tem vindo a melhorar aos poucos.
10 Quais e/ou quem são as tuas referencias no judo?
Tenho várias referências. Treinadores e atletas. Tenho a sorte de poder observar de perto algumas das minhas maiores referências, no meu clube.
11 Como é fazer parte do mesmo clube que Telma Monteiro, uma das grandes judocas do mundo? Tens contacto com ela?
Antes de vir pra Portugal já era grande fã da Telma. Quando tive a oportunidade de integrar o Benfica foi um sonho realizado. Ter a oportunidade de treinar e conviver com uma atleta desse nível foi, e é, incrível. Juntamente com outros elementos da equipa somos um grupo muito unido e damo-nos muito bem.
12 Quem/ o que é que te motiva a seguir em frente nesta modalidade? Os meus colegas de equipa sempre foram uma grande motivação, tanto em Cabo Verde como aqui.
O clima de amizade e entreajuda que o judo proporciona traz-me imensa paz e motivação.
Além disso é algo que pratico desde criança e portanto que me remete à infância, à mesma adrenalina e vontade que sentia. Tudo isso me motiva.
13 Estás no judo há muitos anos já, apesar de ainda jovem, lembras-te como é que iniciaste e o que te levou a ir para o judo?
Iniciei o judo com cerca de 5 anos, pelo que me lembro. Tinha muita energia e precisava de uma atividade física. Fui assistir a um treino e quis logo experimentar.
14 Por último uma palavra de encorajamento àqueles que, em Cabo Verde, queiram seguir ou estejam a ingressar no judo?
O que posso dizer é que é preciso sempre ter em mente o porquê de ter escolhido essa modalidade e o quê de positivo podemos tirar dela.
Só assim conseguiremos nos manter motivados com todos os obstáculos dentro e fora do tapete que nos aparecem à frente.
fonte:DGD
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