Em 1995 nascia a equipa de Real Júnior e em resposta à criação e ao aproveitamento dos novos talentos que estavam a romper no futebol de Tarrafal e sobretudo em Chão Bom
No tempo que as estrelas do futebol mundial eram imitadas e as primeiras botas cheiravam a borracha, o futebol tornou-se um só campo para todos os futebolistas do mundo. Em Cabo Verde também se sentia os dotes dos craques de Tarrafal de Santiago. Tempo que para se tornar um craque era necessário baixar a cabeça perante os vertêramos, mas nem sempre assim aconteceu.
Alguém pode perguntar porquê? É que Apareceu uma geração de jovens que iria marcar uma geração de futebol tarrafalence pela rebeldia e pelo talento puro de jogar a bola que apresentavam, em momentos difíceis parecia que estavam jogando a dor das gentes de Chão Bom, em cada remate na bola era chutar a raiva e cada cabeçada na bola era uma conquista e um estalo na garganta, assim, conquistaram algum respeito, mas ganharam a rivalidade, história e o nome no futebol do interior de Santiago.
Assim, em Dezembro do ano de 1995 nascia a equipa de Real Júnior e em resposta à criação e ao aproveitamento dos novos talentos que estavam a romper no futebol de Tarrafal e sobretudo em Chão Bom, que sempre teve a tradição de ter equipas e bons jogadores.
O inicio da história de Real Júnior foi escrita em vários campos de futebol, e dos mais usados foram os campos da terra batida, em cada partida uma táctica sem deixar de lado o habitual “boka bedju” e os perna de pau na bancada ensinando as estratégias e a próxima ida.
Anciões diziam que o primeiro refeitório desses jogadores foi nas padarias e os frequentes ataques as panelas dos pais, mas no fim se confundiam se eles aram mais equipa ou eram mais família, fica a dúvida, mas tudo era a questão de driblar a vida, os primeiros treinadores do Real Júnior foram Gudja e Nha papa, foram homens da táctica.
Saíram muitas vezes vitoriosos e muitas vezes derrotados e com sentimentos mistos mas sempre juntos como equipa, essa era a lição que a primeira geração deixou, geração fundadora do Real Júnior que alguns deles respondem pelo nome de Djoy, tchela, Daniel, Lavy, Ngran, Djoca, Olavo, Ki, Karamay, Mingo, Amândio, Tcharlis, Dino, Zeca, Vute, Deio, Zé Rui, Tátá de Mariana, Julião, Tcharlis Lopes, Tchintchi de Dupalo, Sapatinha, Nené Soares, Watara, Djonsa Lopi, Daniel Pamba, Djoca Zé, Kennedy, Joe, Falecido Tchicaia, Zu de Agusta e Djoy.
Durante os primeiros passos da equipa de Real Júnior, conquistaram muitas taças, ganhando muitos torneios, impondo respeitos na vila e nas zonas periféricas de Tarrafal. Então, jogar apenas os torneios parecia ser pequeno, aí, começaram a competir de em campeonato regional e no dia 23 de Julho de 2005 jogaram o primeiro jogo como equipa federada contra o Desportivo da Calheta, e em 2012 sagraram-se Vice-Campeões Regional de Santiago Norte.
Em quase uma década de futebol formaram grandes jogadores e homens que ainda hoje dá e dão sangue e tempo para a equipa e ao clube, como o caso do Amândio Lopes que aguentou desde a primeira geração até hoje, e hoje é testemunha para comprovar que enquanto clube formador de homens e de jogadores chegaram a transferir um dos seus melhores atletas da história do clube Daniel Pampas para um dos clubes da capital.
Se alguém pensou que a saída de um grande jogador constituiu uma perda, estavam enganados, mas, a maior perda foi a chance de ganharem o campeonato de Santiago norte perdido para a equipa de Barcelona na secretaria.
Desde aquela época até hoje a equipa de Real Júnior, construiu a sua própria história e a sua própria identidade, porém viu os seus fundadores da primeira geração a saírem do clube procurando novas formas de vida. Saída de Cada um dos elementos era uma bola que sai para fora e ali estão sempre presentes para serem novamente lançados ao “arena” do clube, hoje muitos deles já tem a cara de adultos e perdendo todo o sinal de um jogador que já fora júnior que fundou a equipa do Real.
Mudaram os nomes, os atletas e o futebol, mas sempre houve o respeito pela cor branca e negra feito pantera, e no peito sempre está lá, o símbolo de Real Júnior que neste ano de 2016 já é jovem, com braços longos suficientes para receber e homenagear está geração.
por: Mario Loff
COMMENTS