"Desafiado por um colega para escrever algo sobre Tarrafal, focado no turismo, nasceu este texto" - Anilton Levy
Tarrafal de Santiago é uma cidade que fica situada ao norte da ilha do mesmo nome, com aproximadamente 18 mil habitantes segundo senso 2010.
Recentemente comemorou o seu centenário no dia 25 de Abril de 2017, comparativamente a restantes ilhas de Cabo Verde possui a mesma composição zoológica e climatérica e com algumas variações.
Abençoada pela natureza, com as suas belas praias de arreia branca e negra, que é de uma fácil conquista aos corações dos visitantes, agraciada por uma montanha denominada de Monte Graciosa, que protege o seu povo de ventos e de saudades de boas e más memórias da sua história, seja de dia ou de noite está sempre no mesmo estado, semelhante a um elefante deitado.
A outra vantagem de Tarrafal são as suas riquezas culturais que é diversa, que varia de região em região, como a olaria, panaria, tecelagem, batuco, literatura etc. No passado Tarrafal foi palco das inúmeras injustiças perpetuadas pelo regime salazarista que culminou com a construção da Ex colonia penal em 1936, conhecido pelo nome de campo de concentração, campo da morte lenta, campo da morte, situada na localidade de Chão Bom é uma das prova vivas a céu aberto a imortalização do sofrimento dos Ex presos políticos, Portugueses, Angolanos, Guineenses e Cabo-Verdianos, hoje é património Nacional e candidata a património da Humanidade.
Apesar do seu passado de dor, tem um povo acolhedor e que não perdeu a esperança e o sorriso na cara, orgulho da terra onde nasceram.
Sabemos que em Cabo Verde, o turismo representa mais de 20% do PIB, Tarrafal tem quase tudo para ser uma cidade de atracção turística, no entanto, falta turistas por aqui. Apesar das suas potencialidades, ainda falta-lhe a ousadia de outros tempos.
Para parafrasear uma frase do poeta, parece que “ainda vivemos numa prisão” cercada por um mar lindo e uma longa estrada que nos incinde a capital do país, mas também alonga e atrasa os sonhos dos tarrafalences. Precisamos de criar condições para atrair os turistas, estudantes, empresários pesquisadores, escritores, criadores culturais, etc.
Uma cidade virgem que precisa de fecundação para se desenvolver, transformar as suas potencialidades em oportunidades, para empregar as centenas de jovens desempregados e cheios de talento que neste momento estraga inutilmente.
Devemos quebrar os nossos silêncios velhos e novos silêncios, mas com ousadia, trabalho e dedicação. Precisamos de choque e de adrenalina de resignação para que possamos sair da nossa zona de conforto e acompanhar os passos dos que caminham em dia com o desenvolvimento.
Temos de desafiar “os nossos jeitos” tarrafalence de ser quieto e de mão estendida em mãos que traduzem coisas obtusas em lindas e grandiosas obras e atraentes, se somos confortados que usemos ela como arma de desenvolvimento mas que abandonemos os lamentos e sejamos sempre serenos e pacatos com iniciativas e empreendedorismo.
Não podemos ficar ao norte a ver o sul, e a voz ficar calada, temos de Tarrafalar e tarrafazer dizia o poeta Mário Loff.
Anilton Levy
Recentemente comemorou o seu centenário no dia 25 de Abril de 2017, comparativamente a restantes ilhas de Cabo Verde possui a mesma composição zoológica e climatérica e com algumas variações.
Abençoada pela natureza, com as suas belas praias de arreia branca e negra, que é de uma fácil conquista aos corações dos visitantes, agraciada por uma montanha denominada de Monte Graciosa, que protege o seu povo de ventos e de saudades de boas e más memórias da sua história, seja de dia ou de noite está sempre no mesmo estado, semelhante a um elefante deitado.
A outra vantagem de Tarrafal são as suas riquezas culturais que é diversa, que varia de região em região, como a olaria, panaria, tecelagem, batuco, literatura etc. No passado Tarrafal foi palco das inúmeras injustiças perpetuadas pelo regime salazarista que culminou com a construção da Ex colonia penal em 1936, conhecido pelo nome de campo de concentração, campo da morte lenta, campo da morte, situada na localidade de Chão Bom é uma das prova vivas a céu aberto a imortalização do sofrimento dos Ex presos políticos, Portugueses, Angolanos, Guineenses e Cabo-Verdianos, hoje é património Nacional e candidata a património da Humanidade.
Apesar do seu passado de dor, tem um povo acolhedor e que não perdeu a esperança e o sorriso na cara, orgulho da terra onde nasceram.
Sabemos que em Cabo Verde, o turismo representa mais de 20% do PIB, Tarrafal tem quase tudo para ser uma cidade de atracção turística, no entanto, falta turistas por aqui. Apesar das suas potencialidades, ainda falta-lhe a ousadia de outros tempos.
Para parafrasear uma frase do poeta, parece que “ainda vivemos numa prisão” cercada por um mar lindo e uma longa estrada que nos incinde a capital do país, mas também alonga e atrasa os sonhos dos tarrafalences. Precisamos de criar condições para atrair os turistas, estudantes, empresários pesquisadores, escritores, criadores culturais, etc.
Uma cidade virgem que precisa de fecundação para se desenvolver, transformar as suas potencialidades em oportunidades, para empregar as centenas de jovens desempregados e cheios de talento que neste momento estraga inutilmente.
Devemos quebrar os nossos silêncios velhos e novos silêncios, mas com ousadia, trabalho e dedicação. Precisamos de choque e de adrenalina de resignação para que possamos sair da nossa zona de conforto e acompanhar os passos dos que caminham em dia com o desenvolvimento.
Temos de desafiar “os nossos jeitos” tarrafalence de ser quieto e de mão estendida em mãos que traduzem coisas obtusas em lindas e grandiosas obras e atraentes, se somos confortados que usemos ela como arma de desenvolvimento mas que abandonemos os lamentos e sejamos sempre serenos e pacatos com iniciativas e empreendedorismo.
Não podemos ficar ao norte a ver o sul, e a voz ficar calada, temos de Tarrafalar e tarrafazer dizia o poeta Mário Loff.
Anilton Levy
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